A BBC revelou um suposto plano americano para atacar o Irã que incluiria não só as instalações nucleares iranianas mas a maior parte da infra-estrutura militar do país. Segundo a emissora britânica, caso fosse ordenado pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, o ataque teria entre seus alvos bases aéreas e navais, instalações de mísseis e centros de comando e controle.

No dia 21 de fevereiro termina o prazo dado pelo Conselho da Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para que o Irã suspenda seu projeto de enriquecimento de urânio. Caso o programa nuclear seja mantido, e se a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmar a situação, a resolução da ONU contempla a possibilidade de sanções econômicas contra o Irã.

Fontes diplomáticas disseram à BBC que os chefes militares do Comando Central americano, na Flórida, já selecionaram os alvos do suposto plano. Eles incluiriam a usina de enriquecimento de urânio em Natanz e instalações atômicas em Isfahan, Arak e Busher.

Segundo a emissora, o ataque poderia ser motivado pela confirmação de que o Irã começou a desenvolver uma arma atômica. Outra opção seria um ataque com um alto número de vítimas às tropas americanas no Iraque, cuja autoria direta pudesse ser atribuída ao Governo iraniano.

O eventual ataque teria a participação de bombardeiros B2, que lançariam bombas capazes de perfurar o depósito nuclear de Natanz, que se encontra a cerca de 25 metros de profundidade, protegido por camadas de concreto.

No início do mês, os EUA afirmaram ter provas de que o Irã fornece armas às milícias xiitas que atuam no Iraque. As acusações foram rejeitadas pelo presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que considerou a denúncia apenas uma desculpa para que as tropas americanas continuem no Iraque.

Da mesma forma que antes da invasão do Iraque, os especialistas na região alertam para conseqüências catastróficas de um possível ataque ao Irã, recomendado pelo setor mais direitista do governo americano. Segundo Richard Dalton, ex-embaixador britânico em Teerã, um eventual ataque americano poderia ter um efeito bumerangue e convencer o governo iraniano de que sua salvação seria possuir um arsenal nuclear.