| 02/01/2007 11h48min
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, elogiou o retorno do deputado Ricardo Berzoini (SP) à presidência do PT, que ocorre nesta terça-feira. A volta ocorre pouco mais de três meses depois de seu afastamento, ocorrido nas vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais, quando eclodiu o escândalo do envolvimento de petistas do comitê da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na compra de um dossiê, feito pela família Vedoin, que seria usado contra o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra.
– Com a mesma naturalidade que disse a Berzoini (em outubro) de que ele deveria se licenciar naquele momento por razões políticas, para que as investigações fossem feitas sem constrangimentos, é absolutamente correto que ele deve voltar. Seu mandato é legítimo e nada foi encontrado contra ele – disse Tarso Genro.
Na segunda-feira, durante a posse do presidente Lula, Berzoni disse que está preparado e que Marco Aurélio Garcia, que assumiu o partido após seu afastamento, conduziu o processo com tranqüilidade e lealdade.
– Estou preparado, tranqüilo para reassumir o comando do partido, ciente de que enfrentamos uma crise grave, mas que foi conduzida com tranqüilidae, firmeza e lealdade por Marco Aurélio Garcia – disse.
Berzoini disse que o esforço do PT agora é fortalecer a coalizão de partidos que dá apoio a Lula no segundo mandato.
– Vamos trabalhar com todos os partidos dispostos ao diálogo – disse.
Uma das missões de Berzoini é pacificar o partido. Sobre a presidência da Câmara, ele disse que vai trabalhar pela candidatura própria.
– O ideal é que tenhamos uma candidatura própria, mas se não for possível, vamos ter que trabalhar com a realidade existente – disse.
O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), que tenta a reeleição, e o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), aproveitaram a posse do presidente para apresentar suas candidaturas como fato consumado. Lula avisou que os chamará para conversas separadas, em busca de um acordo para evitar duas candidaturas.
AGÊNCIA O GLOBO