A pouco menos de quatro horas para o início da prova masculina da Corrida de São Silvestre, os atletas já começam a se movimentar pela avenida Paulista. Os corredores aproveitam a aglomeração nas proximidades da largada e da chegada para tirar fotos e conversar com outros competidores.

O professor de educação física Vidal Rocha, de 24 anos, veio de Pelotas (RS) para participar pela primeira vez da prova e fez questão de chegar cedo à avenida para ver os preparativos de perto.

– Para mim, tudo isso é novidade. Minha cidade tem 150 mil habitantes e agora estou aqui nesta avenida deste tamanho. Além disso, é legal ver o pessoal fantasiado. Só de estar aqui já está valendo. Vou curtir cada momento até o fim da prova – afirmou o professor, que foi convencido por seu pai, Jorge Rocha, a disputar a competição.

Jorge decidiu participar da São Silvestre depois de se recuperar de um problema de saúde há quatro anos.

– Eu quis trazer meu filho para correr também. Tive problemas gerais de saúde, como hipertensão, e eu nem podia caminhar. Quando me recuperei, decidi que iria disputar a São Silvestre. Hoje, estou aqui na prova que eu acompanhava pela televisão – explica Jorge, de 52 anos.

Enquanto o Vidal mora em Pelotas, o pai é de Florianópolis (SC). Ambos chegaram a São Paulo de avião. Já uma equipe de Curitiba encarou a estrada para participar da competição.

O militar da reserva José Carlos da Silva Almeida, de 57 anos, viajou de ônibus durante mais de seis horas com mais cerca de 40 competidores da capital paranaense. Com mais de dez edições da São Silvestre em seu currículo, Almeida chegou cedo à avenida Paulista para ver a movimentação que antecede a corrida.

– Eu gosto de conversar e tirar fotos. O pessoal que corre é sempre muito unido, é como uma família, que sempre cresce – explicou, em meio a uma foto e outra debaixo da estrutura montada para a chegada dos atletas.

Não são só os preparativos da organização da prova que chamam a atenção dos corredores. Os sempre presentes atletas fantasiados também fazem parte do evento. O ex-motorista de ônibus Asme Mamed Soleman de Macedo, de 47 anos, se define como o “Zico Senna da Bahia” e veio de Feira de Santana para desfilar com sua bicicleta personalizada.

Pintada de verde-amarela e repleta de fotos de Ayrton Senna, a bicicleta é a atração de Asme, que ainda veste macacão de corrida e carrega um capacete.

– Há 12 anos, eu sempre venho para a São Silvestre e para o GP do Brasil de Fórmula 1. O pessoal aqui me aplaude e gosta bastante. Eles também tiram fotos comigo – explica.