| 20/12/2006 15h58min
A reunião entre o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e líderes partidários sobre o aumento do salário dos parlamentares acabou no início da tarde desta quarta-feira sem que se chegasse a um consenso. De acordo com o site G1, a decisão foi um "acordo de procedimento", por meio do qual os deputados deverão votar, ainda nesta quarta, todos os projetos relativos ao assunto.
O primeiro projeto a ser votado, segundo o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), será o que extingue a verba indenizatória de R$ 15 mil. Em seguida seria votado o fim do 14º e 15º salários recebidos todos os anos pelos parlamentares e, por último, as propostas de reajuste: a de R$ 16,5 mil (reajuste com a inflação) e a de R$ 24,6 mil (aprovada na semana passada pelos líderes e presidentes da Câmara e Senado). – Só vamos votar o reajuste se votar primeiro a questão da verba indenizatória – disse Chinaglia. Segundo o site Globo Online, os participantes do encontro consideraram a reunião tensa. Em razão disso, Rebelo teria decidido levar todas as propostas ao plenário. – A decisão reflete a análise ideal sobre um momento de crise. Você não pode lamentar a crise. Tem que olhar e ver como é possível avançar. A forma como a imprensa colocou (a questão) e o Supemo decidiu, foi importante porque permitiu uma discussão do Legislativo – disse Miro Teixeira (RJ), líder do PDT na Câmara. No encontro, o P-Sol, que já havia se manifestado nesse sentido, defendeu que não houvesse aumento algum, o que teria causado uma grande reação entre os demais participantes. Antes mesmo da reunião, Aldo Rebelo já admitia, após a missa do final do ano legislativo, que o mais provável seria a aprovação da proposta que reajusta o salário dos parlamentares de acordo com a inflação dos últimos quatro anos. Segundo o presidente da Câmara, é improvável o aumento de 90,7% (R$ 24,6 mil), aprovado na semana passada e derrubado nesta terça-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Rebelo chegou a reconhecer o erro de ter aprovado a quase duplicação dos vencimentos dos deputados e senadores sem que a decisão fosse corroborada pelo voto do plenário da Câmara e do Senado. Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu que a decisão sobre o aumento salarial dos parlamentares seja tomada o mais rapidamente possível, mas deixou claro que a iniciativa de decidir o valor é da Câmara. – Todo mundo acha que devemos virar a página. A iniciativa é da Câmara, mas o desejo é de resolver isso logo – disse o presidente do Senado.