| 02/12/2006 12h05min
Enquanto o país acreditava que o Boeing 737-800 da Gol, que caiu em 29 de setembro no Mato Grosso, estava desaparecido, a Aeronáutica já sabia do acidente. O governo, no entanto, demorou 48 horas para anunciar a verdade sobre o paradeiro da aeronave.
Segundo reportagem da revista Istoé, cinco homens do esquadrão de elite da Aeronáutica já haviam descido de rapel no local da queda e constatado não haver sobreviventes. A comunicação oficial de que não havia sobreviventes só foi feita no dia 1º de outubro.
O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirmou, em entrevista à revista, que a equipe da Aeronáutica passou a noite no local do acidente junto aos corpos das vítimas para proteger de ataques de animais. As autoridades demoraram em dar a notícias, pois ainda precisava de confirmação, afirmou o brigadeiro.
Segundo ele, o acidente serviu para mostrar que é preciso ter um treinamento para serviços de emergências, com pessoas mais treinadas para tratar diante de "emoções humanas desencontradas".
O presidente da Infraero também admitiu a existência de problemas no tráfego aéreo brasileiro, principalmente em função da falta de pessoal. Ele chama a atenção para o rápido crescimento da demanda nos aeroportos, que cresce 20% ao ano para passageiros, 11% na carga internacional, 5% na carga nacional. Segundo ele, o Estado não tem recursos suficientes para acompanhar esse crescimento. José Carlos Pereira acredita, no entanto, que durante o Natal e Ano Novo a situação estará normalizada.