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 | 28/11/2006 20h26min

Documentos mostram que caos aéreo tinha sido previsto

Oficiais da Aeronáutica que alertaram para o problema foram exonerados

Documentos oficiais da Aeronáutica a que a reportagem do Jornal Nacional teve acesso mostram que o caos aéreo no país já tinha sido previsto. Mesmo depois do acidente com o Boeing da Gol e o jato Legacy, que deixou 154 mortos, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Aeronáutica continuou reclamando da falta de pessoal para o monitoramento dos vôos. Os oficiais que fizeram os alertas para o problema foram afastados.

Um dos documentos que fizeram o alerta, de 14 de fevereiro deste ano, diz que para garantir a segurança e a eficiência do tráfego aéreo, seria preciso tomar com antecedência ações de grande importância. Os militares afirmam que na última década têm enfrentado sérias dificuldades para contratar mais pessoal. O documento é assinado pelo brigadeiro Paulo Roberto Vilarinho.

O brigadeiro também é o autor de outro documento urgente, do dia 30 de março de 2006. Nele, Vilarinho adverte que a manutenção dos equipamentos pode ser prejudicada pela falta de pessoal capacitado para trabalhar na área do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo 4 (Cindacta), na Amazônia, onde ocorreu o choque entre o Legacy e o Boing no dia 29 de setembro. O brigadeiro alerta que a garantia dos equipamentos da região começaria a vencer neste ano, e pede a convocação em caráter emergencial de engenheiros.

Vilarinho pede, em novo documento, a ampliação e modernização do controle de vôo de São Paulo, com mais três radares. E diz que os investimentos também deveriam incluir a contratação de profissionais em diversas áreas, consideradas vitais para o controle do espaço aéreo.

Em outro documento, assinado pelo vice-diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, brigadeiro Ailton dos Santos, do dia 31 de outubro, é afirmado que o número de profissionais do setor está bem abaixo do mínimo indispensável e que o assunto já tinha sido levado ao conhecimento do comando da aeronáutica.

Vilarinho e Ailton, que fizeram os pedidos de pessoal e equipamento, foram exonerados do comando do controle do espaço aéreo na última sexta-feira.

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