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 | 24/11/2006 16h50min

Infraero teme que demora da crise aérea prejudique turismo

Presidente disse que medidas emergenciais garantirão fim de ano tranqüilo

O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), José Carlos Pereira, disse hoje temer que a crise no setor aéreo acabe prejudicando o turismo.

– O turismo é uma indústria sensível, que pode ser afetada por um acidente da natureza, um ato terrorista – afirmou Pereira. Ele participou em Recife de um seminário internacional sobre segurança de vôos e prevenção de acidentes.

Pereira lembrou que, além disso, existe a competição das praias do Nordeste com as da Indonésia, na Ásia, e de outros países.

– O turista, principalmente o internacional, não quer se arriscar a ir para uma região onde não tem certeza de que o vôo dele vai sair, mesmo que, pelo menos, com até duas a três horas de atraso. Acredito que, se todos cooperarem haverá prejuízos, mas não tão significativos como se possa imaginar – ressaltou.

O presidente da Infraero disse que o problema do atraso nos pousos e decolagens de aviões ocorrido nesta sexta-feira em Recife pode ter sido causado pela demora na liberação das aeronaves pelas próprias companhias aéreas, pela meteorologia e pelo congestionamento do espaço aéreo. Hoje, no Aeroporto Internacional dos Guararapes, seis vôos chegaram e sete saíram com atrasos que variaram de uma a quatro horas.

De acordo com Pereira, a principal dificuldade ainda está no controle do tráfego aéreo de Brasília, de onde se origina a maior parte dos vôos do país. Ele disse que as medidas emergenciais tomadas pelo Ministério da Defesa para resolver a crise do setor, como a contratação de 19 controladores de vôos aposentados, vão assegurar operações aéreas tranqüilas no período do Natal e do Ano Novo.

– A solução definitiva da questão só deve ocorrer no prazo de um ano e meio – destacou.

Segundo Pereira, hoje, 80 controladores de vôo recebem diplomas de conclusão do curso, em cerimônia em São Paulo, mas, antes de começar a controlar radares complexos, eles precisam passar por cursos de sete a oito meses de capacitação. Ele informou que, na Infraero, existem 490 servidores que trabalham em torres de controle de 20 aeroportos do país e que a empresa está convocando agora 100 concursados, incluindo 40 controladores de vôos.

AGÊNCIA BRASIL
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