| 14/11/2006 09h10min
O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, afirmou na manhã desta terça, dia 14, que a situação nos aeroportos deve ser normalizada em no máximo dois meses. Conforme o dirigente, há falta de controladores de vôo em atividade, mas o problema será solucionado com a formação de novos agentes.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, Zuanazzi declarou que não se pode atribuir todos os atrasos ao problema com controladores de vôo, já que a aviação também está sujeita à capacidade de infra-estrutura aeroportuária, à disponibilidade das companhias aéreas e a condições climáticas, entre outos itens.
– O problema dá para ser resumido na falta de pessoal. Nós trabalhávamos nesse setor muito no limite. Com o acidente houve um afastamento, e após isso houve um conjunto de saídas por licenças médicas. Chocou muito os controladores, então eles começaram a pedir licenças médicas – explicou.
Zuanazzi lembrou que não é fácil fazer a substituição rápida de controladores, uma vez que é preciso treinamento e qualificação.
– Então por enquanto a solução tem sido espaçar os vôos. Primeiro tentou-se transferir os controladores de centros de controle com menor demanda. Depois foram convocados aposentados, e no dia 23 se forma uma turma de 80 sargentos controladores – informou o dirigente.
O presidente da Anac explicou que em função da necessidade de adaptação e treinamento dos novos controladores, pode haver registro de atrasos por cerca de dois meses, com períodos de calmaria e momentos de turbulência maior nos aeroportos.
– Este é um processo em que ainda vamos ter idas e vindas por um tempo. Pode melhorar e piorar um pouco ao longo do tempo. Viver um pouco no limite vai ser normal nos próximos um ou dois meses.
Em relação a críticas de que a Anac não estaria preparada para lidar com o crescente tráfego aéreo brasileiro e de que a Agência estaria cobrando mensalmente 1,4 mil passagens das companhias aéreas para utilização por seus funcionários – com preferência pelo final de semana – Zuanazzi garantiu que há equívoco.
– Resolvemos acabar com o passe livre mesmo para a fiscalização. A Anac vai pagar as passagens mesmo para controladores e para fiscais. Não queremos mais ter nenhum tipo de relação desse tipo, embora não seja ilegal.
O presidente da agência afirmou que há um grande esforço em andamento para solucionar a crise dos aeroportos "o quanto antes".
– Estamos tentando resolver. Há problema com um elo do sistema, e a agência está tentando colaborar para resolver o problema deste elo.
Sobre as reclamações dos controladores de vôo de que a Anac estaria autorizando um excesso de tráfego aéreo, Zuanazzi destacou que só são liberados novas rotas após autorização de todos os segmentos envolvidos.
– Quando a Anac autoriza um vôo comercial, antes de mais nada ela consulta os setores responsáveis. O que cresceu muito foi a aviação geral. E para um controlador, tanto faz um avião com duas pessoas ou com 150, é um avião que está no espaço que ele tem que controlar.