| 22/11/2006 11h52min
A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) está disposta a bloquear uma polêmica solicitação do Irã na qual pede às Nações Unidas assistência técnica para garantir a segurança de um reator de água pesada. O projeto já foi criticado pela organização devido a possível uso militar.
O comitê de Cooperação Técnica (CT) do Conselho de Governadores da Aiea, reunido desde segunda-feira em Viena, decidirá hoje levar o assunto à executiva do organismo, que inicia na quinta-feira uma nova rodada de consultas políticas na capital austríaca. A República Islâmica quer concluir até 2010 a construção do reator científico de 40 megawatts em Arak, a 200 quilômetros de Teerã, e assegura que necessita da instalação para a produção de isótopos com fins medicinais. No entanto, um reator de água pesada, legal sob o direito internacional, também produz grandes quantidades de plutônio, um material essencial para a construção de bombas atômicas. Em sua reunião, o Conselho de Governadores da Aiea dará seu sinal verde aos 832 projetos de cooperação técnica. A decisão sobre Arak será adiada por tempo indeterminado e os iranianos só poderão apresentar esse projeto novamente em dois anos. Desta forma, se evitaria um bloqueio geral do programa do CT, do qual se beneficiam principalmente os países em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina. O Irã protestou nos últimos dias contra esta opção, alegando que tem o direito de pedir assistência técnica para um projeto que é legal sob o direito internacional. Os Estados Unidos e seus aliados europeus temem que o programa nuclear do Irã tenha intenções militares, algo que Teerã nega e alega que seus objetivos são meramente pacíficos. Em resoluções anteriores, o Conselho tinha pedido ao Irã que "reconsiderasse" a construção da central de Arak. AGÊNCIA EFE