| 26/10/2006 11h34min
A manutenção da inflação em patamar baixo, aquém da meta oficial de 4,5%, e a consolidação de um “cenário de estabilidade macroeconômica duradoura” criam espaço para juros reais menores no futuro. A avaliação está contida na ata da reunião que o Comitê de Política Monetária (Copom) realizou na semana passada, quando baixou a taxa básica de juros de 14,25% para 13,75% ao ano.
Divulgado hoje pelo Banco Central, o documento ressalta que a “atuação cautelosa” da política monetária, com flexibilização gradativa da taxa de juros de setembro do ano passado para cá, tem sido fundamental para que a inflação evolua segundo a trajetória de metas. Mas, para que isso continue se traduzindo em “resultados efetivos” é necessária a manutenção do cenário benigno que tem se configurado nos últimos trimestres.
O Copom reafirmou que “além de conter as pressões inflacionárias de curto prazo”, a política monetária tem contribuído de maneira importante para a consolidação de um “ambiente favorável em horizontes mais longos”. Para reforçar essa percepção, a ata destaca que a atividade econômica “sugere expansão em ritmo condizente com as condições de oferta”, sem pressões inflacionárias de curto e médio prazos.
As condições são promissoras também no cenário internacional com a recente queda dos preços do petróleo, embora permaneçam ainda num patamar elevado, e persistam algumas incertezas quanto ao comportamento dos juros nas economias mais industrializadas. Por isso, a autoridade monetária deve se manter “especialmente vigilante” para evitar alterações na política para conter a inflação sob domínio.
Essas premissas levaram os diretores do BC a resolver, por unanimidade, manter o processo de flexibilização dos juros e acompanhar a evolução da atividade econômica até o final de novembro, quando se realiza a última reunião do ano do colegiado, para só então definir os passos seguintes na estratégia de política monetária. Para os diretores, essas premissas proporcionaram “melhora significativa do cenário prospectivo para a inflação”, observada entre as reuniões do Copom em agosto e outubro.
O colegiado entende, porém, que a preservação das "importantes conquistas" obtidas no combate à inflação e na manutenção do crescimento econômico, com geração de empregos e aumento da renda real, "poderá demandar que a flexibilização adicional de redução dos juros seja conduzida com maior parcimônia" daqui para a frente. Principalmente, considerando-se que seus efeitos serão para 2007, num cenário de menor distância entre a Selic e os juros reais de mercado.
AGÊNCIA BRASIL