| 18/10/2006 20h31min
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse nesta quarta que, mesmo caindo em 0,5 ponto percentual, a taxa de juros no Brasil ainda é uma das mais altas do mundo e vai comprometer o crescimento no ano que vem. Com a decisão de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic passa para 13,75% ano ano.
Skaf classifica os juros superlativos do Brasil como um dos principais responsáveis pelo pífio crescimento econômico.
– Há clara relação de causa-efeito entre nossas taxas usurárias e a queda de investimentos estrangeiros nos últimos dois anos. Se, num cenário internacional muito propício em 2005 e 2006, nossa economia teve expansão muito abaixo dos demais emergentes e dos vizinhos latino-americanos, o que poderá ocorrer se confirmadas as previsões da ONU de que, em 2007, a expansão do PIB mundial recuará para 3% – disse Skaf.
Para o presidente da Fiesp, os responsáveis pela política econômica deveriam ampliar a visão sobre a conjuntura e, pelo menos, os cenários de curto e médio prazos.
– No contexto de uma economia mundial que não deverá repetir performance tão vigorosa no próximo exercício, seria imprescindível preparar o ambiente interno para viabilizar maior expansão do PIB. Mas, com juro real de 9,3%, faltando apenas dois meses e meio para terminar o ano, quem arriscará planejar investimentos para os primeiros meses de 2007. Rever os juros e os demais itens desta política monetarista, que já leva 12 nos, deverá ser a grande prioridade inicial do novo governo – afirmou.
AGÊNCIA O GLOBO