| 24/09/2006 12h19min
A Polícia Federal vai pedir a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de três envolvidos na compra do dossiê Cuiabá que incriminaria candidatos tucanos. As informações de Oswaldo Bargas, ex-coordenador do programa de trabalho e emprego do governo Lula, Expedito Veloso, ex-diretor de risco do Banco do Brasil, e Jorge Lorenzetti, que cuidava do setor de espionagem do PT, serão investigadas.
Na última sexta, os três envolvidos prestaram depoimento à PF em Brasília. Segundo o procurador da República de Mato Grosso Mário Lúcio Avelar, as versões apresentadas por eles não revelou a origem do dinheiro apreendido.
O procurador quer fazer acareação entre os três para tentar desmontar a estratégia de defesa. O representante do Ministério Público Federal acusou Jorge Lorenzetti, Expedito Veloso e Osvaldo Bargas de combinar uma versão para se livrarem da responsabilidade pelos R$ 1,7 milhão apreendidos.
Segundo o jornal Estado de São Paulo, a polícia ainda espera obter informações das autoridades norte-americanas sobre a origem dos US$ 248 mil destinados à compra do dossiê. Segundo a PF, o montante faz parte de uma remessa diretamente fornecida pela Casa da Moeda dos EUA.
O dossiê Cuiabá conteria um material que registra uma solenidade em um galpão da Planam, em Cuiabá (MT) em maio de 2001, quando o tucano José Serra era ministro da Saúde. O dossiê revelaria, assim, que o esquema das ambulâncias já funcionava no governo Fernando Henrique Cardoso.