| 24/09/2006 11h31min
O setor de inteligência e análise de risco de mídia do PT, extinto nesta semana pelo novo coordenador da campanha à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, depois do escândalo da negociação de um dossiê contra tucanos, foi criado pelo PT durante a disputa presidencial de 1989, a primeira disputada por Lula. De acordo com reportagem publicada neste domingo no jornal O Globo, o setor foi estruturado no início dos anos 90, sob o comando do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, então presidente do PT.
Integrantes do comando petista ouvidos pelo jornal relataram que a compra do dossiê contra os tucanos não foi a única operação do grupo de inteligência nesta campanha. Pelo menos outro dossiê também teria sido montado pelo núcleo de investigação.
Ainda segundo a reportagem, dois dias antes da entrevista dos chefes da máfia das ambulâncias na revista IstoÉ e da prisão de petistas com R$ 1,7 milhão em São Paulo, José Dirceu já havia antecipado a pessoas próximas que estava para sair uma bomba contra o ex-prefeito e candidato tucano ao governo paulista, José Serra.
Em seu blog, Dirceu nega envolvimento no esquema de inteligência do PT. Mas, no núcleo do partido, são contados vários episódios na direção oposta, confirmando que Dirceu sempre teve participação ativa na área de espionagem política de seus adversários. Exatamente por isso ele teria saído para a entrada de Berzoini.
O grupo também foi integrado por Expedito Afonso Veloso, que até a semana passada era diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil. Eles passaram a recrutar serviços de petistas como o assessor presidencial Freud Godoy, o tesoureiro petista de Cuiabá, Valdebran Padilha, e do ex-agente Gedimar Passos. Todos envolvidos na desastrosa operação da compra do dossiê da família Vedoin contra o PSDB.
AGÊNCIA O GLOBO