| 21/09/2006 17h33min
O novo coordenador de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva acabou nesta tarde com o núcleo do partido que teria negociado a compra do Dossiê Cuiabá, que seria usado contra candidatos tucanos como José Serra.
– Está suprimido. Nem sabia que existia. E pelo desempenho, não me parece que foi muito inteligente – disse Marco Aurélio. Em entrevista coletiva, Marco Aurélio defendeu pelo presidente do PT, Ricardo Berzoini, e afirmou que assume a função para dar continuidade ao trabalho de coordenação que estava sendo feito. O coordenador ainda comentou que a saída de Berzoini não significa suspeição sobre sua conduta no episódio da compra do dossiê. Marco Aurélio disse que não acredita que o envolvimento de petistas na compra do dossiê contra tucanos tenha impacto na campanha de Lula, que tem ampla vantagem sobre os adversários nas pesquisas de intenção de voto. Segundo o novo coordenador, houve uma operação isolada que não "cola" nem em Lula nem no PT. – Isso não cola no Lula, nem no PT. Toda medição que temos indica que não vai ter impacto. O eleitorado brasileiro é maduro e repudia esse episódio como nós repudiamos – afirma. Marco Aurélio admitiu que houve a operação e disse que cabe à Polícia Federal investigar. Segundo ele, porém, foi uma iniciativa isolada que não partiu do PT. Indagado se o dinheiro que seria usado para comprar o dossiê poderia vir de ONGs que recebem recursos federais, o novo coordenador da campanha de Lula respondeu: – Essa pergunta deve ser encaminhada à PF, que é quem vai esclarecer de onde veio o conteúdo do dossiê e tudo mais. Marco Aurélio perdeu a paciência quando os repórteres falaram sobre uma comparação que teria sido feita pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, entre o escândalo dos dossiês e o caso watergate, que derrubou o presidente americano Richard Nixon: – Não cabe a qualquer um dos poderes dar esse tipo de depoimento. Esse tipo de declaração qualitativa. Foi uma declaração impressionista. No mínimo, exagerada. Para não dizer que tem conotação partidária. AGÊNCIA O GLOBO