| 06/09/2006 22h02min
O valor do título da Recopa Sul-americana pode até ser questionado. Mas um confronto entre duas potências do futebol sul-americano não deve ser desprezado. Boca Juniors e São Paulo iniciam a disputa de mais uma taça continental, nesta quinta, às 22h, em Buenos Aires, trazendo aos torcedores diversos ingredientes indiscutíveis.
Em campo, estarão clubes que conquistaram, juntos, oito títulos da Libertadores da América e seis do Mundial Interclubes. Além disso, nomes importantes, que já disputaram até Copa do Mundo, caso dos goleiros Rogério Ceni e Aldo Bobadilla e do atacante Palacio, serão protagonistas do espetáculo. Para completar, na atualidade, ambos vivem grandes momentos e lideram as competições nacionais de seus respectivos países.
– Pelos títulos que conquistaram recentemente, talvez sejam as duas maiores equipes da atualidade na América do Sul, maiores até que o Independiente (principal campeão da história da Libertadores, com sete conquistas, vencidas principalmente nos anos 60 e 70) – explicou Rogério Ceni.
Do lado do Boca, também existe um grande respeito ao atual campeão mundial e vice da Libertadores da América.
– É uma final importante e teremos pela frente um adversário de nível internacional. Temos que fazer um resultado dentro de nossa casa – avisou Bobadilla.
O místico Estádio de La Bombonera sempre é utilizado pelo Boca Juniors para amedrontar os adversários. Só que o São Paulo esclarece que conta com experiência suficiente para superar essa armadilha. Na casa do rival, o Tricolor tem um retrospecto respeitável: duas vitórias, um empate e duas derrotas.
– Desconheço esse efeito La Bombonera. É como se fosse em qualquer outro estádio. A torcida vai gritar, teremos uma lotação, o efeito será o mesmo do Morumbi, por exemplo – previu o experiente Rogério Ceni.
Independente da pouca expressão do título da Recopa, os jogadores do São Paulo mantêm um discurso uniforme e
prometem esforço total para trazer o título ao Morumbi.
– O
São Paulo entra em qualquer competição para vencer. Um título sempre é bem recebido – confessou o volante Mineiro.
Para a diretoria tricolor, as atenções estão voltadas ao lado financeiro. Tanto que o presidente Juvenal Juvêncio já fez uma ameaça: quer mais que os US$ 300 mil de cota para liberar a transmissão das imagens do jogo de volta no Morumbi na próxima semana. Em 2004, os clubes que disputavam a Recopa ganhavam US$ 1,5 milhão.
Mesmo com a queda do valor financeiro, tanto São Paulo como Boca Juniors vão entrar em campo com o que têm de melhor à disposição. No clube de Buenos Aires, o técnico Alfio Basile espera a definição do departamento médico sobre o lateral-direito Ibarra. Calvo pode ser seu substituto.
No time brasileiro, os desfalques são o lateral-esquerdo Júnior e o atacante Leandro, contundidos. O técnico Muricy Ramalho treinou a equipe de duas formas diferentes. Portanto, Souza e Danilo brigam por uma vaga.
– Temos duas opções de escalação. Quem entrar, tem que fazer o seu melhor – receitou o zagueiro Fabão.
GAZETA PRESS