| 28/08/2006 13h54min
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas poderá ouvir novamente um dos sócios da Planan, Luiz Antônio Vedoin. A sugestão é do vice-presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE). Segundo ele, a comissão se reúne amanhã de manhã para tratar do assunto.
– Minha opinião é que deve ouvi-lo sim. Acho que devemos deliberar se alguns membros da CPI vão a Cuiabá ou se o Vedoin vem aqui para prestar depoimento complementar – defendeu. Em entrevista a uma revista semanal, Vedoin envolveu o nome de outros parlamentares no esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento. Entre eles estão o presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), o corregedor da Casa, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), além dos deputados Luiz Piauhylino (PDT-PE) e José Múcio (PTB-PE). Jungmann criticou a forma de Vedoin fazer declarações em “conta-gotas”. – Isso tem que acabar. Isso precisa acabar. Não pode continuar assim. Não podemos a cada semana ter um desdobramento, um episódio, uma novela a respeito disso. Isso não está correto – ressaltou. Para o vice-presidente, com o recurso da delação premiada oferecida pela justiça do Mato Grosso, o empresário deveria contar toda a verdade e não omitir detalhes. Para ele, a atitude gera desconfiança. – Mais do que visar os órgãos responsáveis pela questão ética, pelo julgamento, pela apuração aqui dentro da casa, eu acho que está se minando o próprio relatório da CPI quando você ao todo dia está trazendo um fato novo, você criar novidades a cada dia cria uma série de problemas para o relatório parcial. Acho que o alvo principal disso tudo é o relatório da CPI – acredita Jungmann. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), acredita que qualquer denúncia deva ser investigada pela Comissão Parlamentar de Inquérito. – Tenho plena confiança no trabalho da CPI e acho que a CPI saberá separar o joio do trigo – afirmou. Em relatório parcial, a comissão parlamentar recomendou a cassação de 69 deputados e três senadores que estariam envolvidos em esquemas de corrupção. AGÊNCIA BRASIL