| 28/08/2006 13h46min
O candidato do PDT a Presidência da República, Cristovam Buarque, disse que pretende reduzir as taxas de juros através de um pacto entre o Executivo, Legislativo e o Judiciário para contenção dos gastos públicos. Buarque abriu hoje o ciclo de encontros com presidenciáveis promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Segundo Buarque, os juros cairão "naturalmente" quando o governo sinalizar "seriedade e compromisso" ao mercado. – É preciso fazer um congelamento nos gastos públicos através de grande acordo entre os três poderes. O acordo sinalizará que vamos controlar o déficit e, ao controlar o déficit, a taxa de juros cairá e, conseqüentemente, os gastos serão reduzidos ainda mais –, afirmou. Indagado sobre a forma de conseguir o pacto pela redução dos gastos públicos, Buarque disse que o caminho será o diálogo e o convencimento das autoridades. – Eu espero ser possível convencer as lideranças nacionais que está na hora de enfrentar a "bomba" do orçamento. Convencê-las que essa bomba, que estrangula a economia, pode explodir –, disse. O candidato prometeu que, se eleito, isentará de impostos os empresários que investirem no setor de energia.– Podemos promover isenção de todos os impostos. Hoje, paga-se ICMS em alta quantidade. Temos de convencer os Estados disso. A gente tem de convencer o Brasil de que vai faltar energia se o país crescer. E só tem uma maneira de aumentar os investimentos em energia sem dinheiro público, é atraindo o setor privado –, declarou.
Segundo o Globo Online, após o encontro, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse que todas as propostas de desoneração do setor produtivo são bem vindas, entretanto, classificou como "nada objetivo" o pacto proposto pelo presidenciável para criação de ambiente que permita a redução natural das taxas de juros.
– Para reduzir juros é necessário reduzir juros. Não precisa tantos pactos assim. É só mudar a visão das coisas. Temos urgência de uma visão de crescimento e desenvolvimento. Sem dúvida, redução de gastos públicos é fundamental, mas isso não justifica o patamar que os juros atingiram - comentou.
AGÊNCIA GLOBO