| 28/08/2006 11h11min
A Google Inc., dona do site de relacionamento Orkut, usado por cerca de 20 milhões de brasileiros, negou que vai fechar ou bloquear o serviço no Brasil. Através de seu procurador no país, o advogado Durval Noronha, a empresa negou o interesse em fechar o serviço e insistiu na tese de que a empresa, diferentemente do que diz o Ministério Público Federal, tem colaborado na identificação de criminosos que usam o Orkut para a prática de crimes, informa o jornal O Globo desta segunda.
Semana passada, uma disputa teve início entre a Justiça brasileira e a filial da empresa no país. O motivo é a suposta recusa da Google em entregar dados, como números IP, de usuários investigados por crimes no site de relacionamentos. A filial se defende dizendo que não tem acesso a tais dados, guardados nos servidores da matriz, na Califórnia.
O MP entrou com ação civil pedindo multa de R$ 150 milhões, mais multas diárias pelo não cumprimento dos pedidos da Justiça. Pediu ainda o fechamento da subsidiária no Brasil, se a recusa persistir.
Enquanto isso, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, de posse de um relatório da ONG Safernet, enviou um dossiê ao Congresso Norte-americano, contendo os dados coletados pela ONG e sugerindo a exclusão do Orkut da internet, assim como a de outros serviços que não impeçam o crescimento do número de crimes virtuais.
– Não tenho interesse em acabar com o Orkut, o que me preocupa são as cerca de mil páginas criminosas que são abertas no Orkut por mês. Por isso pedi ajuda ao Congresso Americano – diz o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, presidente da Comissão.
A questão se complica porque o Ministério Público Federal tem enviado as ordens judiciais à Google Brasil, subsidiária brasileira da Google Inc. A Google Brasil, por sua vez, diz não ter acesso aos dados dos usuários e que, por isso, os pedidos devem ser enviados diretamente à sede da empresa. O MP, todavia, diz que não há diálogo com a sede da empresa e que a Google Brasil, por ser uma filial da empresa, também tem responsabilidades sobre o serviço.
AGÊNCIA O GLOBO