| 25/08/2006 14h14min
Pelo menos 56 dos 86 deputados federais acusados de participar da Máfia das Ambulâncias vão disputar a eleição deste ano. Eles tiveram os pedidos de impugnação da candidatura negados pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de suas regiões.
Apenas oito candidatos perderam o direito temporário de voltar a ocupar um cargo público. Somente o Estado do Rio de Janeiro divulgou ter levado em conta a investigação na hora de julgar as candidaturas.
Até agora, nenhum parlamentar admitiu responsabilidade no esquema. Os deputados Marcelino Fraga (PMDB-ES) e Coriolano Sales (PFL-BA) renunciaram para escapar do processo de cassação. Coriolano Sales também desistiu de sua candidatura à reeleição, assim como outros nove suspeitos: Almerinda de Car-valho (PMDB-RJ), Jorge Pinheiro (PL-DF), Josué Bengston (PTB-OS), Lino Rossi (PP-MT), Osmânio Pereira (PTB-MG), João Batista (PP-SP). E quatro desistiram na última semana: Fernando Estima (PPS-SP), Marcos Abramo (PP-SP), Almeida de Jesus (PL-CE).O prazo para os TREs julgarem as impugnações terminou na quinta-feira. Os que entrarem com recurso serão julgados ainda pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O prazo para recorrer da decisão do TRE é de três dias. O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara abriu processos individuais contra cada um dos parlamentares citados no relatório parcial da CPI e deverá notificá-los na próxima semana. A comissão considerou existirem provas contra esses deputados, citados e acusados em depoimentos. Contra muitos pesam ainda gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal e comprovantes de depósitos e transferências bancárias. Já a Procuradoria Geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquéritos contra 57 parlamentares suspeitos de envolvimento em fraudes na área da saúde. AGÊNCIA GLOBO