| 23/08/2006 13h41min
Durante o Congresso Nacional de Santas Casas e Entidades Filantrópicas, o tucano Geraldo Alckmin anunciou as principais propostas de seu programa de governo para a área de saúde. O candidato disse que há uma grande crise no Sistema Único de Saúde (SUS) e sugere uma espécie de Proer, programa lançado na década de 90 pelo tucano Fernando Henrique Cardoso para salvar os bancos, para recuperar os 2.100 hospitais beneficentes do país que atendem pelo SUS.
Pela proposta, os hospitais sem fins lucrativos receberiam financiamento do BNDES, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil a juros subsidiados para melhorar o atendimento. – Há uma crise no sistema de saúde no Brasil. O governo tem que ajudar os hospitais que estão em dificuldade. O governo não financia o setor privado? Então, tem que financiar seu melhor parceiro também para atender o SUS – disse. Um outro ponto importante da proposta é a regulamentação da Emenda Constitucional 29, que define o piso de investimento na saúde para União, Estados e municípios. Segundo Alckmin, por falta de regulamentação, no ano passado a saúde teria perdido investimentos de R$ 1,6 bilhão. Alckmin também promete corrigir a tabela do SUS, que estaria defasada. – Não seria uma correção uniforme porque alguns procedimentos são razoavelmente remunerados, mas há outros procedimentos que são um desastre – disse.O tucano disse ainda que o governo federal não tem qualquer controle sobre a aplicação dos recursos da área de saúde, o que permitiria o desvio de verbas, como no caso das máfias dos vampiros e dos sanguessugas. Segundo ele, é preciso mudar esse quadro.
– A situação no SUS é um desastre. Hoje não tem gestão, há desperdício. Veja o vampiro, dinheiro desviado da área de sangue. Veja os sanguessugas, dinheiro desviado da compra de ambulâncias. Você não tem controle de nada. O dinheiro é público e mal aplicado.
O programa de Alckmin também promete remédio de graça aos mais pobres, construir mais uma fábrica de medicamentos e aproveitar melhor a rede de medicamentos genéricos.
AGÊNCIA GLOBO