| 22/08/2006 22h28min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu agora à noite, em Varginha, no interior de Minas Gerais, a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para quem as irregularidades cometidas pelos petistas no governo criam condições para o impeachment do presidente. O candidato à reeleição participou de um comício de campanha eleitoral na praça central da cidade, com 10 mil pessoas.
– Eu não posso levar a sério o que o ex-presidente está falando, porque me parece que ele está um pouco fora do cenário político neste momento – disse Lula.
O presidente disse esperar que a campanha eleitoral transcorresse em clima de tranqüilidade para não afetar a governabilidade no próximo mandato.
– A única coisa que eu quero é que a eleição se dê num clima de tranqüilidade para que quem quer que seja eleito presidente da República possa construir uma base de apoio e governar este país com tranqüilidade – disse.
Lula, que chegou com duas horas de atraso ao aeroporto, onde era esperado pelo vice-presidente José Alencar e um grupo de cinqüenta prefeitos da região, além do candidato a governador do PT em Minas Gerais, Nilmário Miranda, e o candidato do PMDB ao Senado, Newton Cardoso, que o apóiam no estado. Ele pediu que os opositores tenham calma.
– Só peço a Deus que escolha o que for melhor para o Brasil. Mas não podemos permitir que numa campanha eleitoral alguém fique mais nervoso, fale um palavrão a mais e possa estragar o cenário que construímos até agora no país – disse o presidente, que chegou a Varginha ao lado dos ministros mineiros de seu governo, como Luiz Dulci (secretaria geral da Presidência) e Hélio Costa (Comunicações), além do deputado Paulo Delgado.
Durante o comício, um pequeno grupo composto por aproximadamente 50 estudantes do Colégio Marista de Varginha, infiltrados no meio de uma multidão com dez mil pessoas que aplaudem o presidente na praça central de Varginha, protesta contra a presença de Lula. O grupo de estudantes, com nariz de palhaço, reclama das condições da educação no país e vaia o presidente. Os estudantes ostentam oito faixas e cartazes com dizeres contra Lula, como "Lula não. Abaixo a corrupção" e "Fora Lula", mas não há violência contra eles.
O presidente pode vê-los do palanque onde se encontra, mas Lula não demonstra preocupação com esse fato, já que a grande multidão grita slogans em apoio à sua reeleição.
AGÊNCIA O GLOBO