| 22/08/2006 12h39min
Sem citar o nome dos prefeitos Cesar Maia e José Serra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as prefeituras do Rio e de São Paulo pela baixa adesão em programa de inclusão social de jovens do governo federal. Segundo Lula, foram oferecidas 42 mil vagas para o Rio de Janeiro, mas apenas 9 mil jovens estão cursando o programa. Em São Paulo, foram disponibilizadas 30 mil vagas e só há 7 mil inscritos.
– Oferecemos para as prefeituras das capitais vagas para contratar jovens da periferia. O dinheiro está disponibilizado, o programa existe e me parece que não houve muita vontade. Algumas prefeituras se interessaram mais - afirmou o presidente, em entrevista à Rádio Tupi. Lula afirmou que vai levar o programa, exclusivo até agora às capitais, para a região metropolitana. – Vamos ver se os outros prefeitos se interessam e permitem que a gente coloque mais gente voltando a estudar. Possivelmente, podemos ter cometido um erro. Ao invés de ter dado as vagas para as prefeituras, poderíamos ter dado para as ONGs, para a sociedade civil. O presidente repudiou qualquer tipo de divergência política envolvendo o processo. – Não quero saber se o prefeito é do PFL, do PSDB, do PT, do PMDB. A minha relação com o prefeito é institucional. Eu quero saber a relação que temos que ter com o povo de uma cidade. É ele que no fundo será o grande beneficiado se as políticas públicas forem feitas corretamente. Durante a entrevista, Lula criticou ainda a baixa adesão ao Bolsa Família no Rio. – Aqui no Rio de Janeiro, poderia ter muito mais Bolsa Família. Se houvesse a disposição de fazer a parceria, de inscrever as pessoas corretamente. Isso é feito pelas prefeituras, o governo federal não tem controle. Quem mapeia os pobres são os prefeitos. O presidente pediu bom senso ao próximo governador do Rio e disse que o povo não pode ser vítima de divergências política. - Se houve boa vontade, eu espero que quem quer que seja que governe o Estado do Rio, que as pessoas tenham mais bom senso e maturidade para perceber que o povo não pode ser vítima das divergências político-ideológicas existentes entre os partidos e os governantes. AGÊNCIA GLOBO