| 22/08/2006 10h32min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu hoje as críticas feitas ao programa Bolsa Família. Segundo ele, "as críticas são injustas e muitas vezes precipitadas". Em entrevista à Rádio Tupi, Lula destacou a necessidade do programa e negou que tenha caráter definitivo.
– Não tenho outra opção a não ser garantir que quem esteja abaixo da linha da pobreza receba alimentos. Mas o sonho dessas pessoas é deixar de receber o Bolsa Família, quando aparecer uma oportunidade. E esse é o meu sonho também. Não posso esperar aparecer o emprego e deixar as pessoas morrerem de fome –, afirmou o presidente, lembrando casos de pessoas que devolveram o cartão do programa ao entrar no mercado de trabalho. Lula lembrou que uma das metas do seu governo é a geração de empregos. – Queremos recuperar a capacidade produtiva do nosso País. Queremos construir a possibilidade do povo sobreviver com dignidade, às custas do seu trabalho. Lula destacou o trabalho da Polícia Federal no combate à corrupção. O presidente disse que "não vai restar pedra sobre pedra". – Achamos que é possível desbaratar todas as quadrilhas que estão montadas. Os números são estarrecedores. Mas eu sonho que estamos caminhando para consagrar no Brasil o que aconteceu na Itália, onde não ficou pedra sobre pedra - disse. Lula lembrou que a maior parte das quadrilhas desbaratas pela Polícia Federal já atuava antes do seu governo. – É um problema histórico do Brasil. É grave. E estamos trabalhando de forma intensa para resolver. Se esse trabalho da PF tivesse sido feito há 20 anos, não teríamos essa quantidade de quadrilhas espalhadas por todos os setores. Durante a entrevista, o presidente aproveitou para fazer um apelo. – Se alguém tiver alguma denúncia, aproveite o meu governo e a faça. Acho que isso é dinheiro que poderia ser revertido para programas sociais e ajudar o povo brasileiro. Lula reafirmou seu compromisso com a camada mais pobre da população. Ele afirmou que, se for reeleito, continuará com a política de desoneração dos produtos de consumo populares. – A minha maior preocupação é com a camada mais pobre da população, que paga o imposto indireto. Por isso resolvemos desonerar os produtos de consumo populares. O alimento está mais barato hoje. Essa política está na prática cotidiana e vai estar no próximo governo. Lula lembrou que o governo federal deu entrada no Congresso, em abril de 2003, com o projeto de reforma tributária, que não foi adiante por causa de impasse entre os governadores. – Foi votada a parte do governo federal. Mas alguns governadores preferem manter a guerra fiscal –, criticou. AGÊNCIA GLOBO