| 17/08/2006 20h00min
O segundo dia de propaganda eleitoral na televisão apresentou discretas modificações em relação ao primeiro dia de programa. Os candidatos continuaram se apresentando e narrando suas trajetórias, mas alguns inovaram. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que havia sido cobrado por não ter usado símbolos do PT, abriu o programa desta quinta com um slide com o número 13, a estrela vermelha e a sigla do partido. Na terça, o mesmo recurso foi usado no fim do programa da noite, após as críticas iniciais.
Com depoimentos de brasileiros de diferentes classes sociais, Lula destacou os avanços de sua gestão: – Fico feliz quando vejo que muita coisa tem mudado para melhor. O salário-mínimo é o mais alto dos últimos 40 anos e a inflação é uma das mais baixas da história. O poder de compra do brasileiro aumentou – afirmou o presidente. Em seguida, foi a vez da candidata do P-Sol, senadora Heloísa Helena, que aproveitou o um minuto de programa para defender a redução da taxa de juros. – O Brasil é o país dos bancos ricos e do povo pobre. Só com a redução das taxas de juros teremos dinheiro limpo, não para sustentar político corrupto, mas para investir no Brasil, na geração de empregos – defendeu. Diferentemente do programa de rádio pela manhã, em que criticou a ausência de Lula no debate da TV Bandeirantes, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, não fez referência ao candidato petista na propaganda na TV. Alckmin disse mais uma vez que vai ampliar e melhorar o Bolsa Família. E apresentou propostas para a crise na segurança: – Como presidente, vou propor leis mais duras contra o crime. Vou trabalhar para integrar as polícias. Para que o bandido saiba que o lugar dele é na cadeia. José Maria Eymael, que disputa a eleição pelo PSDC, não apresentou muitas novidades. Continua se apresentando como o "candidato democrata-cristão, autor de grandes conquistas o trabalhador". E que, se for eleito, "vai fazer muito mais". O PCO, partido do candidato Rui Pimenta, que teve a candidatura impugnada pelo TSE, criticou a decisão do tribunal e informou que vai recorrer da decisão. O TSE negou o registro da candidatura do jornalista porque ele não prestou contas de sua campanha em 2002. – É uma aberração jurídica. Estamos recorrendo judicialmente, mas a Justiça atua a favor dos poderosos – protestou a apresentadora do programa. Cristovam Buarque, candidato do PDT, voltou a propor a federalização do ensino, sua principal bandeira de campanha. Segundo ele, a medida terá um custo de R$ 7 bilhões, o equivalente a 1% do Orçamento: – Vamos criar um padrão único para educação em todo o Brasil. É preciso federalizar para transformar. O candidato Luciano Bivar encerrou o programa fazendo queixas ao "poder dominante", que segundo ele, o proíbe de expor seus programas de governo. – Seria possível se aliar ao PCC para mudar alguma coisa? É claro que é um desabafo. Mas amanhã podem acontecer movimentos semelhantes para se mudar alguma coisa. Não por criminosos, mas excluídos da sociedade – disse. AGÊNCIA O GLOBO