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 | 16/08/2006 19h20min

Futebol e vandalismo prejudicam obras no Maracanã

Reformas disputam prioridade com o calendário do Brasileirão

Trezentos e cinqüenta quilômetros, 350km, pare um pouquinho, descanse um pouquinho 250km... A letra do comercial é um pouco antiga, mas não foge muito à realidade com que o presidente da Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj), Sérgio Emilião, tem de conviver nas obras para os Jogos Pan-americanos no Complexo do Maracanã. No estádio, as reformas disputam prioridade com o calendário da temporada de futebol. Cada rodada significa, pelo menos, duas paralisações nas obras.

Nesta quarta, no meio da tarde, o ritmo das obras do Pan teve de ser interrompido para que um outro grupo de trabalhadores começasse a preparar o estádio para o confronto entre Corinthians e Fluminense, às 22 horas, pelo Campeonato Brasileiro.

– Às 4 da tarde entra um batalhão de limpeza para limpar o estádio todo, para tirar qualquer material que possa ser contundente e causar dano à integridade dos torcedores. É uma operação de guerra que se faz aqui praticamente três, quatro vezes por semana – diz Sérgio Emilião

Para ele, as interrupções no serviço não são o verdadeiro problema da situação, que já havia sido prevista antes.

– Isso atrapalha um pouquinho o cronograma, mas nada disso nos assusta. Quando nós fizemos o planejamento para este ano já levamos em consideração a tabela tanto do Estadual quanto do Campeonato Brasileiro. Levamos em consideração estas interferências todas – garante.

O problema são os atos de vandalismo de parte da torcida. A cada jogo, o Maracanã perde cerca de 180 a 190 das cadeiras novas que foram instaladas após o início da reforma, calcula o presidente.

– No final da Copa do Brasil (entre Flamengo e Vasco, em julho), por exemplo, 19 banheiros foram depredados – lembra.

Na tentativa de diminuir as depredações, a direção do estádio tem tentado sensibilizar o público com mensagens divulgadas no placar eletrônico e outras estratégias, mas o sucesso é mínimo.

– O que falta é consciência que o Estado não tem uma maquininha de fazer dinheiro. Todo dinheiro que é investido aqui é dinheiro do contribuinte. É meu, é seu, é nosso – avalia o dirigente.

As reformas no Maracanã tiveram início no ano passado. O estádio ficou fechado ao público de abril até dezembro, sendo reaberto em janeiro a pedido dos clubes e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

– A gente está atendendo um apelo da Confederação Brasileira e dos clubes porque não existe ainda no estado do rio de janeiro um estádio capaz de atender as normas da CBF com a nossa capacidade de público – explica Emilião.

GAZETA PRESS
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