| 16/08/2006 16h17min
O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), deu prazo de três dias úteis para que os senadores Magno Malta (PL-ES), Ney Suassuna (PMDB-PB) e Serys Slhessarenko (PT-MT) apresentem suas defesas junto ao colegiado. Os três foram denunciados no relatório preliminar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas por envolvimento com a máfia das ambulâncias.
João Alberto informou ainda que pretende concluir os processos dentro de 30 dias, após o recebimento das defesas prévias. Suassuna já deixou liderança do PMDB no Senado. Em discurso na tribuna, ele afirmou que decidiu sair da liderança do PMDB "para não constranger os companheiros". Suassuna disse que não teve direito à defesa e está seguro de que isso ocorrerá no Conselho de Ética. Na Câmara, o deputado Coriolano Sales (PFL-BA) foi o primeiro dos 69 acusados de envolvimento com a máfia dos sanguessugas a renunciar. Ele teria recebido R$ 120 mil da Planam, empresa apontada como chefe do esquema. A Mesa Diretora da Câmara enviou nesta quarta-feira ao Conselho de Ética os 80 volumes de documentação da CPI dos Sanguessugas para que sejam abertos processos contra os 69 deputados envolvidos no esquema de compra superfaturada de ambulâncias. O Conselho vai enviar um ofício à Mesa pedindo que sejam desmembrados os processos em 69 representações individualizadas e autônomas. Com isso, o presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), só deverá instaurar os processos na terça-feira da próxima semana. O relatório preliminar da CPI dos Sanguessugas recomendou a cassação de 72 parlamentares, sendo 69 deputados e três senadores. No entanto, de acordo com a lei, os processos contra aqueles que renunciam têm que ser arquivado. Eles não correm o risco de ficar inelegíveis por oito anos, mas perdem o foro privilegiado e podem ter de enfrentar o processo na Justiça comum. Os processos no Conselho de Ética da Câmara contra todos os envolvidos devem ser abertos semana que vem. AGÊNCIA O GLOBO