| 16/08/2006 14h51min
Novos pedidos de abertura de inquérito contra parlamentares podem ser encaminhados ao Supremo Tribunal Federal até a próxima semana, com base nas investigações conduzidas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Sanguessugas. A informação foi dada hoje ao presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza.
Biscaia, que entregou o relatório parcial ao procurador, destacou que as investigações conduzidas pela CPI podem colaborar também nos processos contra parlamentares já em curso no âmbito do STF. – Agora não é questão relacionada com ação parlamentar. Aqui é prática de conduta criminal que está sob responsabilidade do procurador-geral da República – disse Biscaia. O relatório parcial da CPI, que foi entregue ao procurador, pede a abertura de processos por quebra de decoro parlamentar contra 72 parlamentares. A assessoria da Procuradoria-Geral da República informou que os novos pedidos de abertura de inquérito ao STF devem ocorrer até a próxima semana. O grande número de prefeituras envolvidas com a máfia das ambulâncias é o novo desafio da CPI das Sanguessugas. Dados da Controladoria-Geral da União (CGU), incluídos no relatório parcial, apontam que o esquema envolveu quase 600 administrações municipais. Esse volume preocupa o procurador-geral da República, que, segundo Biscaia, defende um trabalho conjunto para a condução das investigações. – Ele [o procurador] falou que, pelo grande número de prefeituras envolvidas, o trabalho terá alguma dificuldade. Por isso, ele quer um entrosamento não só com a CPI, mas principalmente com a CGU. O envolvimento de prefeituras é um dos focos das atuais investigações conduzidas pela CPI. O procurador-geral da República afirmou a Biscaia que tem recebido provas consistentes que evidenciam o envolvimento de prefeitos com o esquema de corrupção desmontado pela Operação Sanguessuga. AGÊNCIA CÂMARA