| 07/08/2006 09h16min
O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), teme atrasos na comissão, segundo reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal O Globo. Biscaia acredita que o processo será longo, poderá desviar o foco da comissão e deveria ser deixado para uma segunda fase da comissão.
Para Biscaia, é preciso cautela com ações como a proposta do relator da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO), que deseja pedir a quebra dos sigilos fiscal e bancário de 21 parlamentares que teriam recebido dinheiro vivo da máfia que desviava recursos do Orçamento para compra de ambulâncias superfaturadas. A comissão enfrenta uma agenda cheia esta semana. A apresentação do relatório parcial está marcada para quinta-feira. Na terça, a comissão deverá votar 50 requerimentos, entre eles a convocação dos ex-ministros da Saúde do governo Lula, Saraiva Felipe e Humberto Costa. Governistas também querem convocar o ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso José Serra. A CPI foi instalada no dia 22 de junho. Até agora, 90 congressistas (87 deputados e 3 senadores) foram notificados a prestar esclarecimentos sobre denúncias de que teriam recebido propina para apresentar emendas para a compra dessas ambulâncias da Planam, empresa apontada como organizadora do esquema de fraudes. O presidente da CPI afirmou, após ouvir depoimento de um dos donos da Planam, o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, na quinta-feira, que já há provas suficientes para comprovar a participação no esquema de um grande número de parlamentares. Ainda segundo Biscaia, ficou confirmado no depoimento de Vedoin que a quadrilha não atuava apenas no Ministério da Saúde, mas também em outras pastas do Poder Executivo. AGÊNCIA O GLOBO