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 | 03/08/2006 20h06min

Biscaia diz que depoimento de Vedoin responsabiliza parlamentares

Empresário da Planam prestou depoimento na sede da Polícia Federal

Depois de sete horas de depoimento do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, sócio da Planam, o presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ) , avaliou que os detalhes são suficientes para responsabilizar um “grande número de deputados e senadores investigados por fraudes na compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento. Vedoin prestou depoimento nesta quinta-feira, na sede da Polícia Federal, em Brasília.

– Para mim, foi uma confirmação da prova que já é suficiente para responsabilizar um elevado número de parlamentares. Eu acho que isso é inquestionável, mas não posso agora dizer exatamente quantos são. Não se admite que os parlamentares sejam sócios de emendas do orçamento. Isso é inadmissível – disse Biscaia.

Segundo Biscaia, Vedoin disse que vários parlamentares participaram de reuniões para discutir valores de propina e elaboração de emendas. Para ele, trata-se de uma reunião organizada para um esquema de corrupção e de utilização de emendas parlamentares.

– Eu tenho avaliação de que esse parlamentar que participou da reunião está incriminado, sem dúvida alguma. Mas vamos aguardar o relatório, que será apresentado de acordo com a convicção da relatoria – esclareceu.

Biscaia disse ainda que Vedoim detalhou como funcionavam as fraudes e disse que a participação no esquema era uma questão de “disputa de mercado”.

– Se ele não agisse dessa maneira, não conseguiria avançar como atividade comercial – relatou o deputado.

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) disse que, segundo Vedoim, a Planam queria ampliar a área de atuação. A empresa passaria a agir também no Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

– Ele disse que já estava saturado o mercado de ambulâncias e ia começar a atuar na área de inclusão digital quando o esquema foi descoberto – disse Delgado..

No depoimento, surgiram também os nomes de outras empresas que atuavam da mesma forma que a Planam. Entre elas, a empresa KM, que em Pernambuco atuava na área do MCT.

– Em alguns estados nós não encontramos a Planam. Vedoim nos disse que era porque havia atuação de outras empresas. Uma não entrava no mercado da outra – explicou o deputado Raul Jungmann (PPS-PE). O presidente da CPI disse que essas empresas serão investigadas na segunda fase dos trabalhos.

Na próxima quinta-feira, a CPI vai apresentar o relatório parcial da primeira fase dos trabalhos. Nele estarão os nomes dos parlamentares acusados de envolvimento com as fraudes.

AGÊNCIA BRASIL
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