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 | 02/08/2006 21h17min

Lula diz que vê com simpatia convocação de Assembléia Constituinte

Presidente concedeu entrevista ao SBT nesta quinta-feira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje ver com simpatia a convocação de uma Assembléia Constituinte para levar adiante a reforma política, estagnada há anos no Congresso. Em entrevista ao SBT, Lula disse ter dúvidas se o Congresso Nacional conseguirá aprovar uma reforma política que atenda aos "anseios da sociedade".

Lula, que tentará a reeleição nas eleições presidenciais de outubro, acrescentou que uma vez concluído o processo eleitoral, será necessário discutir a reforma política.

– A Constituinte não pode ser uma iniciativa do governo. Tem que ser da sociedade. Estou convencido de que necessitamos discutir a reforma política tão logo terminem as eleições – afirmou Lula na primeira entrevista que concede desde que oficializou sua candidatura à reeleição, em junho.

A ampla reforma política que o Brasil discute há anos prevê mudanças na estrutura do Estado e dos partidos para torná-los mais eficientes e dotá-los de ferramentas que permitam combater a corrupção. Lula defendeu a necessidade de uma constituinte no mesmo dia em que a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou uma proposta de emenda constitucional que acaba com a reeleição imediata do presidente da República, governadores e prefeitos a partir de 2010.

Na entrevista ao SBT, Lula também se mostrou partidário de um maior controle das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI).

O governo Lula vem criticando as CPIs, pois considera que seus integrantes se excedem em suas funções ao investigar assuntos que vão além daqueles para os quais as comissões foram criadas. Ao falar sobre os escândalos de corrupção do PT, Lula voltou a defender seus companheiros envolvidos em denúncias, e insistiu que "não se pode condenar antes da hora".

– Temos interesse em investigar e punir, mas dando às pessoas o direito à defesa – disse.

Ao ser perguntado sobre os acertos e erros de seu governo, Lula falou sobre os avanços econômicos e sociais, e disse que em seu segundo mandato dará ênfase às políticas de desenvolvimento, de distribuição de renda e de educação.

AGÊNCIA EFE
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