| 29/07/2006 21h36min
O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, e a secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, se reuniram hoje em Jerusalém para estudar as condições de um cessar-fogo durável no Líbano. Em reunião emergencial, realizada na noite de sábado, em Beirute, o governo do Líbano recebeu apoio do Hezbollah para um acordo de paz. O plano foi elogiado por Condoleeza, que, segundo a rádio pública israelense, espera, em sua segunda visita ao Oriente Médio em menos de uma semana, definir uma proposta de resolução que poderia apresentar à ONU na próxima quarta-feira.
A medida fixaria as condições para o posicionamento de uma força multinacional na região da fronteira do Líbano com Israel, onde atua a milícia xiita Hezbollah e onde começou o conflito, por causa do seqüestro de dois soldados israelenses pelo grupo no último dia 12. Ainda não se sabe se a segunda viagem de Condoleezza ao Oriente Médio em poucos dias incluirá uma nova escala em Beirute, mas, no vôo para Jerusalém, a secretária de Estado elogiou o governo libanês e seu novo plano para um cessar-fogo, que inclui o desarmamento da milícia.
À margem da reunião com Olmert, depois da qual não houve entrevista coletiva, fontes que pediram anonimato comentaram as concessões que poderiam ser pedidas às partes. Aos israelenses, seriam pedidas concessões territoriais, em particular na questão das fazendas de Cheeba, reivindicadas pelo Líbano, embora Israel e a ONU considerem que a região pertença à Síria. Também pode ser solicitada a libertação de alguns prisioneiros do Hezbollah e a entrega de um mapa das minas enterradas no país durante a ocupação.
Israel exige que a milícia xiita se retire da fronteira e que o Exército regular libanês se posicione no sul do território. Israel estaria disposto a aceitar, provisoriamente, uma força internacional que reforce o Exército. Aos libaneses, seria pedida a libertação dos soldados israelenses, um maior esforço para desarmar o Hezbollah e a aceitação de uma força multinacional na fronteira, que seria formada por entre 15 mil e 20 mil homens.
Tanto os EUA como Israel insistiram que um cessar-fogo deve ser adotado, e que as forças encarregadas de aplicá-lo devem ter uma autoridade forte, para que não haja risco de voltar a uma situação em que o Hezbollah controle a região da fronteira com Israel e represente uma ameaça.
Condoleezza se reunirá no domingo com os ministros israelenses de Assuntos Exteriores, Tzipi Livni, e da Defesa, Amir Peretz. Segundo a rádio pública israelense, a secretária de Estado também deve tratar da questão humanitária no Líbano e da abertura de corredores para garantir o abastecimento da população civil.
O governo israelense rejeitou hoje um pedido das Nações Unidas para suspender suas operações militares por 72 horas para facilitar a entrada de ajuda humanitária nas regiões mais necessitadas. Segundo o Executivo, Israel já abriu vários corredores para o Líbano, pelos quais estão entrando a ajuda internacional, e que por isso, não haveria motivo para uma pausa de 72 horas.
Israel aceitou que um observador da ONU estivesse presente no departamento de comando da frente para coordenar a ajuda humanitária internacional à população libanesa. Israel e os EUA também devem conversar sobre o papel do Irã e da Síria na resolução do conflito. Os dois países são considerados os patrocinadores do movimento fundamentalista libanês, o primeiro como principal fornecedor de armas e o segundo como influência política.
AGÊNCIA EFE