| 29/07/2006 15h34min
O secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi desafiador hoje em discurso transmitido pela rede de televisão Al-Manar, prometendo atacar mais cidades do centro de Israel, como ontem fizeram seus milicianos contra Afula. Nasrallah prometeu vitória, como disse aos cerca de 800 mil desabrigados que retornariam orgulhosos para suas casas.
De um local desconhecido – Israel assegura que ele se esconde na Síria – e tendo como fundo as bandeiras do Líbano e do Hezbollah, Nasrallah apareceu com semblante sério e com ar cansado, mas manteve seu tom desafiador em um discurso de quase 25 minutos.
– O bombardeio de Afula é o início de uma etapa, e há muitas cidades no centro (entre Afula e Haifa) que serão atacadas na próxima investida, caso siga a agressão caótica contra o nosso povo – ameaçou Nasrallah.
Em nenhum momento, o secretário do Hezbollah se referiu a um possível cessar-fogo, assim como a uma trégua temporária, ou ao destacamento de uma força internacional no sul do Líbano, que são os pontos principais de um eventual acordo que será discutido na próxima semana no Conselho de Segurança da ONU. Nasrallah desqualificou a visita que será realizada amanhã ao Líbano pela secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, dizendo que "tenta conseguir com a política o que não conseguiu no campo de batalha: impor seu projeto para um novo Oriente Médio".
O líder xiita assegurou que Israel não obteve êxito militar, já que “seus únicos lucros foram matar civis e destruir casas e infra-estruturas, o que é um êxito feio e bárbaro, não militar". Os prejuízos israelenses, afirmou, são muito maiores que os divulgados.
– Por que Israel controla a imprensa? Para que seu povo e o nosso não vejam o volume de baixas que sofre – ressaltou.
Nasrallah desmentiu que o Irã e a Síria tenham dado cobertura na guerra. Também expressou reconhecimento ao governo de Damasco pela solidariedade mostrada com todos os libaneses que fugiram de seu país buscando refúgio na vizinha Síria. Aos libaneses, disse que devem manter-se unidos e que ninguém, nem cristãos ou muçulmanos, devem temer a vitória do Hezbollah, mas sim seu fracasso, pois sua vitória "será de todo o Líbano".
AGÊNCIA EFE