| 20/07/2006 14h53min
Depois de uma novela que se arrasta há anos, a Varig foi finalmente vendida nesta quinta, mas o drama dos trabalhadores pode estar apenas começando. Agora, terá início um longo processo de negociação de um acordo coletivo, previsto no plano de recuperação e de investimento aprovado na assembléia de credores da companhia aérea.
A VarigLog, que comprou a Varig no leilão, deverá demitir entre 1.500 a 2 mil funcionários, dos atuais 10 mil empregados da companhia aérea. Em tempos de prosperidade, a empresa chegou a ter quase 20 mil trabalhadores em seu quadro.
O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke, lembrou um dos pontos a ser exigido será a obrigatoriedade de recontratação de funcionários da Varig que forem demitidos, conforme previsto em contrato, assim que a nova empresa registrar crescimento.
A VarigLog também se comprometeu em emitir debêntures (títulos de dívida) de R$ 100 milhões, que podem ser convertidas em 10% de participação na nova empresa para funcionários e credores com garantias, como o Aerus, fundo de pensão dos empregados da empresa.
O fundo tem 6,7 mil participantes, entre aposentados e pensionistas, e está em liquidação pela Secretaria de Previdência Complementar. Os pagamentos, que em abril já tinham sido reduzidos a 70% do valor, em junho caíram ainda mais e 4,4 mil aposentados e pensionistas passaram a receber metade do que ganhavam antes da intervenção no fundo de pensão.
Os participantes do plano 1 do Aerus foram os mais prejudicados. Segundo o fundo de pensão, só há garantia de pagamento de parte dos benefícios até dezembro. Após este prazo, o pagamento está condicionado ao recebimento de dívidas da Varig com o Aerus.
AGÊNCIA O GLOBO