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 | 19/07/2006 13h39min

Oceanair descarta interesse pela Varig e critica a Anac

Empresa nega que vá participar do leilão da aérea amanhã

O presidente da Oceanair, Carlos Ebner, descartou nesta quarta o interesse da empresa em participar do leilão de venda de Varig, previsto para esta quinta.

– Não temos interesse. O problema é o passivo trabalhista e passivo fiscal – disse Ebner, acrescentando que não foi divulgado um novo edital com regras diferentes das utilizadas no leilão anterior.

Ebner afirmou que a Oceanair está aproveitando a crise no setor para expandir a atuação da companhia. A empresa está ampliando suas operações em Brasília e vai começar a oferecer vôos partindo da capital para Porto Alegre, Rio de Janeiro e Petrolina, com escalas em Salvador e Recife, de segunda a sexta-feira. Ele disse ainda que a empresa tem hoje uma frota de 20 aviões e está esperando mais seis até o fim do ano para atender novas cidades.

Atualmente a Oceanair atende 30 cidades e quer atingir 40 destinos do mercado doméstico até o fim do ano. Mas Ebner afirmou que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não está facilitando a abertura de novas empresas. Ebner criticou o papel novo órgão regulador, que, segundo ele, deveria ser independente do governo e, ao bloquear a entrada de novas empresas no mercado, "consolida os monopólios de Gol e TAM".

– A Anac não está fazendo o trabalho dela e ainda não está regulando o mercado. Não vejo uma política de aviação – disse, acrescentando que as outras agências reguladoras têm políticas.

O empresário afirmou, ainda, que as novas regras previstas pela agência para distribuição de slots (espaço nos aeroportos mais movimentados do país) facilitam ainda mais a concentração do mercado, que já tem 80% nas mãos da Gol e TAM.

– A agência reguladora manteve o status quo nas novas regras de distribuição de slots e definição do mercado.

O presidente da Oceanair também criticou a postura da Anac em relação à Varig.

–A Varig continua cancelando vôos, mas segue vendendo passagens. A Anac não faz nada para evitar isso, o que acaba obrigando as concorrentes a transportarem os passageiros.

AGÊNCIA O GLOBO

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