| 20/07/2006 14h46min
Mais de 700 brasileiros aguardam ajuda nas embaixadas do Brasil em Amã, na Jordânia, Damasco, na Síria, e Beirute, no Líbano, segundo o Itamaraty. Até agora, pelo menos sete brasileiros já morreram, vítimas dos ataques israelenses.
A região passa por uma escalada de violência desde que Israel, sob pretexto de se defender de ações do movimento libanês Hezbollah, iniciou ataques ao sul do Líbano e à capital, Beirute. O número de civis mortos já passa de 200, segundo agências internacionais, a grande maioria em território libanês. – Quando eles pararem de lançar mísseis e libertarem os soldados seqüestrados, Israel terminará as ações no Líbano – disse a embaixadora israelense no Brasil, Tzipora Riomon. Karina Dutra é uma das brasileiras que estava a bordo do Boeing 707 da Força Aérea Brasileira (FAB) que resgatou 98 pessoas na segunda-feira. Ela morava em Damur, a 14 quilômetros de Beirute, junto com o marido, o missionário evangélico Abner Dutra Júnior. O casal estava no Líbano há dez meses. – Nós já estávamos bem tensos com toda a situação, mas uma bomba, 200 metros da casa, realmente deu o clique: não tem como mais, isso já está virando uma guerra – afirmou Karina. Para Dutra Júnior, ocorre na região uma guerra desigual que está causando a morte de inocentes e a destruição de um país que ainda sofre as conseqüências de uma guerra civil concluída há 17 anos. – O ataque israelense sobre o Líbano é desproporcional, sem misericórdia. Eles estão sendo, realmente, num linguajar mais vulgar, animais, sem sentimento – comentou Dutra Júnior. O chanceler brasileiro Celso Amorim afirmou que o que puder ser feito para resgatar os 700 brasileiros será feito. – O Presidente Lula é muito sensível, e evidenciou isso imediatamente com o envio do primeiro avião. Nós também não tínhamos noção, a questão está crescendo e à medida em que ela cresce, ela vai envolvendo mais recursos – disse. AGÊNCIA BRASIL