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 | 18/07/2006 17h13min

Brasileiros contam como foram bombardeios no Líbano

Fugitivos fizeram escala em Recife e seguiram para São Paulo

Cinco argentinos, oito libaneses e 85 brasileiros que fugiram do Líbano em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) já passaram por Recife e chegam ainda hoje a São Paulo. Entre os passageiros estão mulheres, crianças e idosos descendentes e parentes de libaneses, muitos dos quais estavam em férias no Oriente Médio quando teve início o conflito.

Eles pousaram em Recife às 12h40min e permaneceram no solo por volta de uma hora, para abastecimento da aeronave. Todos seguiram viagem até São Paulo. Enquanto a aeronave era abastecida, alguns passageiros aguardaram num dos portões de embarque, onde conversaram com a imprensa.

O comerciante de Santa Catarina Zouhair Haidar, que voltou com a esposa e dois filhos, afirmou que essa foi a pior experiência que teve.

– O bombardeio aconteceu a 500 metros do meu apartamento, que era próximo ao aeroporto. Estourou o vidro, houve muita poeira. Os viadutos foram os primeiros alvos. Quando começou o bombardeio, fomos para as montanhas, a 10 quilômetros de onde eu morava. Os preços de tudo dobraram, ficaram uma loucura, começou a faltar pão, alimentos, tudo – contou.

A comerciante Joheina Mankara, que é casada com um libanês e foi passar férias no Líbano com duas filhas adolescentes, Tamara e Aline, contou que viveu momentos de tensão e pânico.

– Quando começou o bombardeio eu estava arrumando as malas para vir embora. Nossa família tomou um susto. Recebi um telefonema de funcionários do Itamaraty dizendo que precisávamos viajar o mais rápido possível para Beirute, pegar um ônibus até a Síria e depois ir para a Turquia, onde um avião da FAB traria passageiros de volta para casa.

A região passa por uma escalada de violência desde que Israel, sob pretexto de se defender de ações do movimento libanês Hezbollah, iniciou ataques ao sul do Líbano e à capital, Beirute. O Hezbollah também tem lançado mísseis contra Israel. O número de civis mortos já passa de 200, segundo agências internacionais, a grande maioria em território libanês – inclusive quatro brasileiros.

O governo brasileiro divulgou nota lamentando a incursão de Israel no sul do Líbano e o ataque a instalações locais. Na nota, “reitera sua oposição a atos desproporcionais de represália que possam contribuir para deteriorar ainda mais o já delicado quadro político e humanitário regional".

AGÊNCIA BRASIL
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