| 20/07/2006 14h06min
A embaixadora de Israel no Brasil, Tzipora Rimon, confirmou que vai solicitar a garantia para a saída dos comboios com brasileiros que querem deixar a região dos ataques no sul do Líbano. Contudo, a diplomata cobrou pressão internacional também sobre o grupo armado libanês Hezbollah para garantir essa segurança.
Um grupo já voltou ao Brasil com apoio da Força Aérea Brasileira e o conflito na região já vitimou sete brasileiros. – Nós vamos ver todos os detalhes e Israel irá fazer todos os esforços para garantir a saída em paz dos cidadãos. Mas isso não depende só de Israel, tem outros países e especialmente o Hezbollah. Porque o Hezbollah funciona próximo aos civis para proteger sua atividade. Não só da pauta de Israel decidir, é também do Hezbollah garantir a vinda dos brasileiros. Temos que pensar nisso – disse após reunião no Itamaraty. A diplomata israelense ainda lembrou que existem brasileiros vivendo em Israel que também são ameaçados pelos mísseis do arsenal do Hezbollah. – Eles também têm riscos à vida, porque não podemos esquecer que há ameaças de muitos mísseis. O Hezbollah tem um arsenal de mísseis que alcançam até a capital de Israel – afirmou. Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que os ataques de Israel ao Líbano têm um aspecto político diferente de outros incidentes em que brasileiros foram afetados. – Essa é uma tragédia, é um motivo de consternação muito grande para nós, mas é algo que progressivamente está nos atingindo diretamente. Nesse caso nos toca especificamente como brasileiros. Nós temos muitos brasileiros nessas regiões que continuam a ser atacadas – disse Amorim, após reunião com representantes da comunidade libanesa. Para Amorim, Israel deveria garantir a segurança dos brasileiros que desejam deixar a região de conflito. – O que Israel tem que fazer é, por exemplo, se nós tivermos um comboio que vá se deslocar por uma determinada estrada, nós termos certeza de que aquele comboio não será atingido por algum tipo de bombardeio – que não se transforme num mero dano colateral, numa ação desproporcional, numa ação violenta – explicou. AGÊNCIA BRASIL