| 18/07/2006 09h47min
Mais de 1 milhão de pessoas poderiam ter abandonado suas casas no Líbano. De acordo com a porta-voz da ONU em Genebra, Marie Heuzé, a cidade de Beirute e o sul do Líbano ficaram praticamente vazios. Ela acrescentou que esse número aumentará se continuarem os ataques israelenses.
– É evidente que uma parte considerável da população do Líbano abandonou suas casas nos últimos dias e que se a situação não evoluir politicamente e se não houver um cessar-fogo, haverá ainda mais gente (abandonando suas casas) – explicou Heuzé em entrevista coletiva.
Segundo dados do Escritório de Coordenação de Ajuda Humanitária da ONU (Ocha), que adverte que o número de deslocamentos é muito difícil de ser calculado, pelo menos 30 mil pessoas tiveram que abandonar suas casas no sul do Líbano, 8 mil apenas em Beirute e 7 mil em Biblos. Beirute, que há vários dias sofre os bombardeios aéreos e marítimos israelenses, conta com 1,8 milhão de habitantes.
A porta-voz da Organização Internacional de Migrações (OIM) em Genebra, Jemini Pandya, destacou a falta de números gerais, mas assinalou que apenas o Governo do Sri Lanka calcula que milhares de seus cidadãos querem sair do Líbano. O Sri Lanka, que tem 80 mil cidadãos no Líbano, pediu ajuda à OIM para que busque alojamento seguro para esses cingaleses até que possam ser levados para a Síria ou a Jordânia.
– Da mesma forma que esse governo, outros nos pediram ajuda, como as Filipinas, Bangladesh e Moldávia, mas é muito difícil saber quantas pessoas necessitarão dos serviços da OIM, já que a situação muda a cada minuto – assinalou a porta-voz da organização.
Pandya acrescentou que a OIM já entrou em contato com seus doadores para buscar fundos que permitam financiar suas operações de retirada e alojamento. Está previsto que uma equipe da OIM chegue hoje ao Líbano, após ter passado pela Síria para calcular quantos estrangeiros já chegaram ali e necessitam ser repatriados para outros países.
A respeito da situação em Gaza, Berthiaume celebrou a abertura, no último dia 12, de um corredor humanitário que permitiu o envio de 750 toneladas de farinha de trigo, às quais se somam outras 2 mil toneladas que ainda estão na fronteira e que servirão para atender durante 20 dias as necessidades de 220 mil pessoas, 55% da população não-refugiada. Segundo dados do PMA, 70% da população palestina nos territórios ocupados sofre de insegurança alimentar e não tem mais de oito horas diárias de eletricidade.
AGÊNCIA EFE