| 17/07/2006 17h20min
O primeiro-ministro Ehud Olmert, disse que Israel não terá compaixão com "os terroristas que atacarem suas cidades". A população do norte do país, em pânico, lota os refúgios após um ataque em massa do Hezbollah contra Haifa e outras localidades.
Mais de 50 mísseis foram lançados hoje contra povoados do norte de Israel, com particular impacto na cidade portuária de Haifa, que registrou doze feridos, um deles em estado grave, além de diversos danos às estruturas da cidade. Um dos mísseis, de calibre muito superior aos Katyushas lançados em outras regiões, entrou pelo telhado de um velho edifício de três andares no bairro Bat Galim e explodiu em um andar inferior, fazendo desabar parcialmente o imóvel.
Dois vizinhos que haviam ficado presos no interior do edifício foram rapidamente resgatados pelos serviços de emergência, que hoje se viram obrigados a dividir suas forças e recursos entre cinco lugares de forma simultânea. Alguns dos mísseis caíram nas águas do porto de Haifa, e outros em zonas desabitadas.
Um porta-voz da "Estrela de Davi Vermelha" (equivalente à Cruz Vermelha), afirmou que o baixo número de vítimas se deveu ao fato de que, "ao contrário de ontem, a maioria da população se encontrava nos refúgios antiaéreos". No domingo, oito pessoas morreram em uma estação de consertos de trens da cidade, devido ao impacto de um míssil de longo alcance.
A Polícia e o Exército ainda não sabem qual é a natureza destes mísseis, que por um lado se assemelham aos Fajar sírios, e por outro, contêm pequenas bolas de aço que os diferenciam daqueles. Em todo caso, a potência das explosões e seus efeitos devastadores vêm causando pânico entre a população.
– Já estamos há dias nessa situação. Menos mal que temos um refúgio ao lado de casa, porque, na nossa idade, não poderíamos chegar a tempo – disse Sultana Zaquén, de 68 anos, moradora de um dos bairros mais pobres da cidade.
Zaquén compartilha um pequeno e sujo refúgio comunitário com outras trinta pessoas, sem ao menos uma saída para ventilação, motivo pelo qual deixam a porta aberta para que entre ar, e pedem às crianças que se mantenham afastados da entrada quando soam os alarmes, o que hoje ocorreu em seis ocasiões. Entre os ocupantes, estão diversas mães nervosas e angustiadas porque não conseguem acalmar seus bebês e crianças pequenas, a cada vez que explodem as bombas.
O prefeito de Haifa, o trabalhista Yona Yahav, assegurou hoje que "apesar do sofrimento, a população da cidade é resistente e saberá enfrentar a situação enquanto o Exército neutraliza a ameaça".
A Força Aérea e a Artilharia israelenses bombardeiam severamente desde a noite de domingo tropas do Hezbollah no sul do Líbano, embora não ainda não tenham conseguido acabar com as constantes ataques sobre os centros urbanos. Enquanto isso, o governo israelense assegura que "seguirá até o fim" e não cessará os ataques até que o Hezbollah recue, pelo menos, até o rio Litani.
O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, assegurou hoje em seu primeiro comparecimento diante do Parlamento desde o início da crise que a campanha iniciada no Líbano e na Faixa de Gaza é um ato de "autodefesa".
– Israel luta pelo direito a levar uma vida normal – disse ele, acrescentando que Irã e Síria estão tentado controlar a crise por controle remoto, através do Hezbollah e do Hamas.
Olmert insistiu que a batalha é contra as organizações terroristas no sul do Líbano (Hezbollah) e em Gaza (Hamas), que são apoiadas por regimes que apóiam o terrorismo como Teerã e Damasco. Ele assinalou, no entanto, que o Governo de Beirute não pode negar sua responsabilidade por não ter desarmado o Hezbollah e postado seu Exército na zona fronteiriça.
AGÊNCIA EFE