O agravamento do conflito no Oriente Médio acelerou os planos de evacuação de cidadãos no Líbano empreendidos por vários países, principalmente os europeus. França, Suécia, Espanha, Itália, Arábia Saudita, Grécia e Polônia são alguns dos países que nas últimas horas iniciaram operações de retirada em território libanês, submetido a intensos bombardeios pela aviação israelense há cinco dias.

O governo da Espanha iniciou uma segunda operação para evacuar os cidadãos espanhóis que desejarem deixar o país "em breve", informou o Ministério de Assuntos Exteriores e de Cooperação. A Embaixada da Espanha no Líbano se mantém em contato com diplomatas do resto dos países da União Européia para evacuar de forma coordenada os cidadãos europeus que assim desejarem.

Na primeira operação de repatriação, foram evacuados 116 espanhóis e 10 estrangeiros que chegaram neste sábado à base aérea de Torrejón de Ardoz, em Madri, em um avião fretado pelo Ministério da Defesa. Entre os 126 repatriados havia 16 crianças, quatro italianos, dois holandeses, um americano, um britânico, um marroquino e um egípcio.

A Itália recebeu neste domingo os cidadãos que foram retirados do Líbano em dois aviões que transportaram mais de 350 pessoas, entre eles passageiros de outros países europeus. O primeiro avião aterrissou esta manhã no aeroporto de Fiumicino, em Roma, procedente do Chipre, com 190 pessoas, e horas depois chegou o segundo, com 162 passageiros.

Entre os países que já começaram a repatriar seus cidadãos está a Arábia Saudita, que planeja fretar 15 vôos regulares entre Damasco e três cidades sauditas para evacuar milhares de sauditas que estavam de férias no Líbano e entraram ou tentam entrar na Síria. Segundo o diretor das linhas aéreas sauditas, Khalid al Melhim, mais de 2.500 cidadãos retornaram entre sexta e sábado à Arábia Saudita.

A França iniciará a evacuação na segunda, com um navio fretado pelo governo que deve partir da Grécia, informou hoje o Ministério de Assuntos Exteriores. O navio, com capacidade para transportar entre 800 e 1.000 passageiros, chegará hoje à noite às proximidades do litoral libanês para poder embarcar na segunda os primeiros passageiros que serão levados até o Chipre, de onde farão uma ponte aérea até Paris.

A Bélgica enviará na terça um Airbus A310 de uso militar para Larnaca (Chipre) para repatriar cidadãos europeus, sobretudo franceses e belgas, que chegarão à capital cipriota no navio fretado pela França, informou hoje o Ministério da Defesa belga.

O Departamento de Estado americano, em colaboração com o Pentágono, também elabora um plano para ajudar os americanos que vivem no Líbano a deixar o país através do Chipre. Washington tenta manter informados os aproximadamente 25 mil americanos que estão no Líbano. Os cidadãos foram aconselhados a deixar o país na sexta-feira assim que as condições permitissem.

O Reino Unido prepara o envio de dois navios de guerra ao Oriente Médio para uma possível evacuação de cidadãos britânicos.

O governo grego também fretou um navio para retirar seus cidadãos e os de outras nacionalidades que estão isolados no Líbano. O navio Ierapetra zarpará esta tarde da ilha de Rodas. Além disso, um avião das companhias aéreas nacionais gregas Olympic Airlines, fretado pelo governo, repatriará nas próximas horas 64 gregos, 46 cipriotas e outras 26 pessoas de outras nacionalidades que conseguiram chegar ao aeroporto de Damasco após atravessar a fronteira por estrada vindos de Beirute.

No sábado, outro avião levou ao Chipre e à Grécia cem gregos, cipriotas, cidadãos de outros países europeus e um americano.

O governo sueco também começou a evacuar quatro mil cidadãos que estão no Líbano e, segundo a emissora de rádio SR, os primeiros ônibus partiram esta manhã de Beirute rumo a Damasco, de onde serão oferecidos os vôos de volta.

As autoridades da Ucrânia começaram hoje a retirar seus cidadãos do Líbano, onde residem 1.605 ucranianos, segundo o Ministério de Assuntos Exteriores. Cerca de 300 pessoas manifestaram seu desejo de deixar o país.

Os efetivos do Exército polonês mobilizados na Síria participarão da operação de evacuação de seus cidadãos do Líbano e até agora 150 dos 700 que residem ali anunciaram seu desejo de sair do país depois da ofensiva lançada por Israel.