| 14/07/2006 13h11min
Israel intensificou hoje seus ataques contra a infra-estrutura do Líbano, com o objetivo de impedir que seus dois soldados capturados sejam levados a outro país, enquanto os libaneses tentam estocar produtos básicos com medo de que a crise se prolongue. Pelo menos 61 pessoas morreram no Líbano desde o início dos ataques de Israel no país, na quarta-feira, quando o grupo radical xiita Hisbolá matou oito soldados do Estado judeu e seqüestrou dois em confrontos na fronteira.
Fontes policiais citadas pela rede de TV Future disseram que o número inclui quatro pessoas que perderam a vida na manhã de hoje em novos ataques contra diferentes áreas do país, incluindo os subúrbios do sul de Beirute, reduto do Hezbollah e onde fica o quartel-general do grupo. O Exército israelense destruiu ainda uma antiga ponte que liga uma estrada que vai ao aeroporto internacional Rafik Hariri de Beirute, e danificou outra próxima, em Bir el Abed, ao sul da capital.
A aviação israelense atacou também, na madrugada de hoje, uma ponte da estrada de Beirute a Damasco, com o objetivo de cortar as vias de contrabando de armas para o Líbano, mas, sobretudo, para impedir que os dois soldados capturados possam ser tirados do país, segundo disse um porta-voz do Exército israelense. Fontes do Exército e do Ministério de Exteriores de Israel dizem ter indícios de que Hezbollah quer levar os soldados ao Irã, pois o grupo xiita libanês "é um mero apêndice do regime de Teerã".
O Irã, no entanto, desmentiu essa possibilidade. O presidente da República Islâmica, Mahmoud Ahmadinejad, avisou Israel que um possível ataque contra a Síria será "uma agressão contra todo o mundo islâmico". Antes disso, aviões israelenses haviam bombardeado as proximidades da cidade de Hermel, no leste do Líbano, danificando áreas rurais, casas e lojas, assim como a estrada de Deir el Baida, que liga o vale do Bekaa ao posto fronteiriço de Masna.
Após os bombardeios israelenses, o Hezbolah retomou o lançamento de foguetes katyusha contra o norte de Israel, região contra a qual disparou dezenas de mísseis nos dois últimos dias. Os habitantes da região tiveram autorização para sair hoje por duas horas dos refúgios para se preparar para o Shabat, dia de descanso para os judeus.
Paralelamente, a aviação israelense sobrevoou intensamente desde o começo do dia a capital libanesa e a estrada Beirute-Damasco. Esta tarde, aviões militares israelenses bombardearam, pela quarta vez em 24 horas, o aeroporto internacional de Beirute, e destruíram uma parte da ala sul do edifício da terminal, segundo fontes militares.
AGÊNCIA EFE