| 30/06/2006 17h56min
Inglaterra e Portugal se enfrentam neste sábado, às 12h (de Brasília), no Arena AufSchalke, em Gelsenkirchen, pelas quartas-de-final da Copa do Mundo num duelo cercado de muita rivalidade e troca de provocações ao longo da semana. Os ingleses adotaram um discurso de assumirem o favoritismo, enquanto que a imprensa britânica acusou Luiz Felipe Scolari, técnico de Portugal, de criar um clima de guerra para a partida. Para piorar, Portugal, já sob o comando do brasileiro, eliminou os ingleses na última Eurocopa. Felipão também foi o técnico da Seleção Brasileira que despachou os ingleses no último Mundial, e depois se sagrou pentacampeão. Nas duas ocasiões a Inglaterra era dirigida pelo sueco Sven-Goran Eriksson, que segue no cargo.
Em comum os dois times têm as dificuldades que encontraram para chegarem até aqui, pois venceram por apenas 1 a 0 seus compromissos nas oitavas-de-final. Os ingleses por pouco não pararam no surpreendente Equador. Já os portugueses tiveram que superar a batalha contra a Holanda, num duelo violento ao extremo.
Sven-Goran Eriksson procurou advertir seus jogadores para não caírem no clima de provocação para o jogo. Ele teme que expulsões possam acontecer por causa do que está sendo dito antes do jogo. O sueco descartou qualquer desejo de revanche contra Felipão, seu algoz nas duas últimas vezes que se encontraram em competições importantes.
– Não acho que seja uma partida entre Scolari e eu. Tenho certeza de que quando os jogadores entrarem em campo não importará quem será o treinador rival – disse o sueco.
Para este jogo a Inglaterra está confirmada. Na lateral direita, Neville, recuperado de uma lesão muscular, treinou normalmente e poderá ir a campo. Com isso, Carrick volta a ser opção no banco. O meia Lampard, que chegou a torcer o tornozelo no último treino antes da partida, fez tratamento intensivo e está confirmado.
Já pelo lado de Portugal, Felipão tem problemas para escalar o time, pois o volante Costinha e o meia Deco, expulsos contra a Holanda, terão que cumprir suspensão automática. Com isso, Petit entra na proteção aos zagueiros e Simao Sabrosa na criação. Cristiano Ronaldo, com lesão na coxa direita, ainda é dúvida.
Pelo lado de Portugal, Felipão assegurou que em nenhum momento procurou criar clima de rivalidade para o jogo e diz que sua equipe não precisa disso para ganhar.
– Temos time para ganhar da Inglaterra, que se considera favorita absoluta para a partida. Por isso não precisamos criar clima de guerra para motivar os jogadores. Se um atleta não se motiva com uma partida de quartas-de-final de Copa do Mundo não vai se motivar com mais nada na carreira – disse Felipão.
A rivalidade também pode ser explicada pelo histórico das duas equipes quando o assunto é Copa do Mundo. Nas semifinais de 1966, na Inglaterra, os ingleses venceram os portugueses e garantiram vaga na final, onde se sagraram campeões contra a Alemanha. Já em 1986, no México, eles se reencontraram na primeira fase, logo na estréia, quando Portugal bateu a Inglaterra por 1 a 0. Apesar do resultado, os portugueses foram eliminados na primeira fase e os ingleses seguiram na disputa.
GAZETA PRESS