| 09/06/2006 20h01min
Um time buscando afastar os fantasmas do passado para voltar a figurar entre os grandes. Essa é a Argentina, que estréia na Copa do Mundo às 16h (de Brasília) deste sábado, diante da Costa do Marfim, pelo Grupo C, do qual também fazem parte Holanda e Sérvia e Montenegro, que duelam no domingo.
Bicampeões mundiais em 1978 e 1986, os argentinos ainda não conseguiram ir bem numa Copa do Mundo desde que o craque Diego Maradona se aposentou. A grande chance, há quatro anos, foi desperdiçada, pois o time chegou ao Japão e a Coréia do Sul como grande favorito, mas sequer passou da primeira fase.
Jogar com um africano logo de cara traz boas e más recordações para os hermanos. Em 2002, o time conseguiu bater a Nigéria por 1 a 0. Mas em 1990, na qualidade de campeã mundial, a Argentina fez o jogo de abertura contra Camarões e perdeu pelo mesmo placar, diante de um adversário com dois homens a menos em campo.
Apesar de todos esses fantasmas, o técnico José Pekerman não quer saber do passado e chega a se irritar quando tem que falar sobre o assunto, como aconteceu ao comentar o duelo deste sábado.
– Esqueçam o passado. O que vale agora é o jogo contra Costa do Marfim. Se perdemos de Camarões era com outros jogadores em campo. Os fantasmas da última Copa também não estão mais presentes. A Argentina vai fazer um grande Mundial e surpreender a todos que não acreditam nela – disse Pekerman.
O time argentino pode não ter o mesmo brilho da época de Diego, mas não pode-se desprezar uma seleção que coloca no banco de reservas o astro corintiano Carlitos Tevez e a revelação do Barcelona Lionel Messi, que se recupera de uma lesão no joelho direito. Além disso, Riquelme, Saviola e Crespo formam um trio ofensivo de assustar.
– Falei para meus jogadores, principalmente os atacantes, que eles aproveitem essa Copa do Mundo para brilhar. O peso de vencer não está nas nossas costas – alertou Pekerman.
Costa do Marfim chega animada apesar de fazer sua estréia em mundiais. O time é considerado o melhor dos africanos, não tem problemas de lesões e conta com a experiência do técnico francês Henri Michel. Nem mesmo o fato de ter caído no chamado “grupo da morte” assusta um time que tem como principal expoente o atacante Didier Drogba, grande atração do bicampeão inglês Chelsea.
– Fizemos tudo certo durante a preparação. Deixamos a equipe em um bom nível técnico e os jogadores não apresentam lesões graves – comemorou treinador dos Elefantes, como é conhecida a seleção africana.
Os dois times se encontraram anteriormente apenas uma vez, na Copa King Fahd 1992, precursora da atual Copa das Confederações. Na ocasião, os sul-americanos, treinados por Alfio Basile, venceram com um confortável de 4 a 0, com gols de Gabriel Batistuta (dois), Ricardo Altamirano e Alberto Acosta.
GAZETA PRESS