| 03/06/2006 11h46min
O ex-prefeito de Taquara Délcio Hugentobler (PDT) entregou ao Ministério Público cópias da declaração do Imposto de Renda do ano passado e de convênios realizados entre a prefeitura e o Ministério da Saúde entre 2001 e 2004, quando governou a cidade. A decisão foi tomada depois que o atual prefeito, Cláudio Kaiser (PMDB), determinou abertura de sindicância para investigar compra de ambulâncias na gestão anterior. Hugentobler ocupa o cargo de diretor da Câmara Municipal. Ele também autorizou, por escrito, a quebra de seus sigilos bancário e telefônico.
Entre as revendas que forneceram os veículos na última administração municipal em Taquara, estão a Planan e a Santa Maria, envolvidas na máfia dos sanguessugas. Hugentobler disse que as empresas forneceram as ambulâncias ao município porque revendas locais não estavam habilitadas a receber as cartas-convite.
As emendas parlamentares que permitiram as compras foram propostas pelo deputado federal Edir Oliveira (PTB) e pelo ex-deputado Roberto Argenta, que negaram envolvimento no caso. Em Taquara, a vereadora Carmem Solange da Silva (PSDB) entrará com pedido de afastamento do diretor da Câmara neste segunda-feira. Segundo Carmem, ela tentou apresentar requerimento nesta semana, mas o documento não foi submetido a plenário.
Nesta sexta, a Controladoria Geral da União (CGU) e a Polícia federal (PF) apontaram para atuação de uma nova quadrilha, suspeita de agir no mesmo esquema da Planam, que fraudava contratos de licitação de ambulâncias. A quadrilha chefiada pela Planam foi desmantelada no início de maio pela Operação Sanguessuga, da PF.
O ministro interino do Controle e Transparência (Controladoria Geral da União – CGU), Jorge Hage, adiantou que os indícios das novas fraudes aparecem inicialmente no Estado do Rio Grande do Sul. Segundo ele, já foram investigados eventos semelhantes em vários Estados. Entre as irregularidades que vêm sendo observadas estão: superfaturamento, com a venda de ambulâncias a prefeituras pelo dobro do preço que o concessionário vende à empresa; falsificação da concorrência no processo licitatório, com a participação de empresas do mesmo grupo na concorrência; e direcionamento do edital.
RÁDIO GAÚCHA