| 20/04/2006 15h29min
O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Jutahy Junior (BA), afirmou que as ações do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, voltaram-se para proteger o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci quando ele ainda estava na pasta. Para Jutahy, Thomaz Bastos está sob suspeita e não tem mais como continuar no cargo.
– Está comprovada a presença do ministro da Justiça não como representante do Estado brasileiro, mas como alguém que estava em defesa e dentro de uma estratégia de preservar o ministro – disse Jutahy.
O tucano disse ainda que Thomaz Bastos caiu em contradições e omitiu fatos. Segundo ele, o ministro não teve condições de responder quem pediu e como saiu o cartão magnético para quebrar o sigilo.
– Ele falou apenas que era um direito da Polícia Federal pedir o cartão. Mas não era isso que queríamos saber. Era como pediram o cartão e como utilizaram esse cartão posteriormente – acrescentou.
O líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), informou que pretende entrar com representação no Conselho de Ética da Administração Pública contra Thomaz Bastos, por ele ter indicado o advogado Arnaldo Malheiros para prestar consulta a Palocci no caso da quebra do sigilo. Segundo Maia, o ministro mentiu quando disse que "queimou pontes" com a iniciativa privada ao indicar o advogado.
No depoimento, Thomaz Bastos contou aos deputados que, quando assumiu o ministério, vendeu seu escritório de advocacia e entregou seus bens para serem administrados por uma instituição bancária para evitar conflito de interesses.
– Queimei as pontes que me ligavam à iniciativa privada – disse o ministro.
AGÊNCIA BRASIL