| 05/04/2006 17h24min
O deputado João Paulo Cunha (PT-SP) está discursando no plenário da Câmara dos Deputados para fazer sua defesa. Antes dele, o deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS) apresentou seu relatório, pedindo a cassação do petista. Os deputados votarão se concordam ou não com o documento.
O ex-presidente da Câmara tem 50 minutos para se defender, mesmo tempo usado pelo relator Cezar Schirmer (PMDB-RS) para acusá-lo. João Paulo abriu mão dos advogados e faz, ele próprio, a defesa. Encerrada a defesa, três parlamentares falarão a favor e três, contra. Termina, então, a fase de discussão e tem início o processo de votação.
João Paulo é acusado de quebra do decoro parlamentar. Sua mulher, Márcia Regina, sacou R$ 50 mil das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, considerado o principal operador do chamado "mensalão", esquema de pagamento de mesadas a parlamentares em troca de apoio ao governo. João Paulo alega que o saque foi feito por determinação do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Segundo ele, os R$ 50 mil foram usados para pagamento de pesquisas eleitorais em quatro cidades da região de Osasco (SP).
São necessários, no plenário, no mínimo 257 votos favoráveis ao parecer para que João Paulo Cunha seja cassado e perca parte dos direitos políticos, tornando-se inelegível até 2015. Se o processo for arquivado, o parlamentar poderá concorrer às eleições de outubro próximo.
O relatório contra João Paulo foi um dos mais contundentes apresentados ao Conselho de Ética na atual crise política, e foi aprovado por nove votos a cinco. O peemedebista alegou que João Paulo não rebateu os principais pontos de seu relatório: o saque de R$ 50 mil das contas do empresário Marcos Valério por Márcia Cunha, a ocultação de informações e o contrato da Câmara dos Deputados com a empresa de Valério.
CLICRBS E AGÊNCIA BRASIL