A quarta-feira promete ser agitada em Brasília. Às 10h, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci é esperado na Polícia Federal para depor sobre a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. No Congresso, a votação do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Correios, que deveria ter ocorrido nesta terça, dividirá as atenções com a votação no plenário da Câmara da cassação do ex-presidente da Casa João Paulo Cunha (PT-SP).

O relatório sobre João Paulo, elaborado por Cezar Schirmer (PMDB-RS), é considerado um dos mais consistentes até agora e pode indicar risco de inelegibilidade para o deputado. O deputado teria recebido R$ 50 mil do valerioduto. Dos 19 parlamentares envolvidos no suposto esquema, apenas três foram cassados até o momento: Roberto Jefferson (PTB-RJ), José Dirceu (PT-SP) e Pedro Corrêa (PP-PE).

Na CPI dos Correios, a falta de consenso teve início com a apresentação de um relatório paralelo por parte dos petistas. A medida acabou resultando no adiamento da votação do documento elaborado pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).

As declarações de Palocci à Polícia Federal também são aguardadas com expectativa. O ex-homem forte do governo Luiz Inácio Lula da Silva terá de explicar seu envolvimento com a divulgação do extrato bancário do caseiro Francenildo Costa, que ganhou notoriedade ao contradizer Palocci. A medida gerou a crise que culminou com a saída do ex-prefeito de Ribeirão Preto da pasta da Fazenda.