| 27/03/2006 19h50min
Oficializado como substituto de Antonio Palocci no Ministério da Fazenda, Guido Mantega disse há pouco que não haverá mudanças na política econômica do governo federal. Segundo ele, política que "não é do ministro Palocci, da ministra Dilma, ou do ministro Paulo Bernardo, ou de qualquer outro ministro. E sim do presidente Lula".
– Ela não deve mudar porque é a mais bem-sucedida dos últimos 15 ou 20 anos no Brasil e está nos levando à porta de um novo ciclo de desenvolvimento – afirmou, dizendo que sua missão é transformar o crescimento que já está acontendo no país em desenvolvimento sustentável, o que ele considera uma honra e um desafio. Crítico constante da taxa de juros, ao ser questionado sobre o assunto Mantega respondeu que suas críticas sempre foram voltadas ao Banco Central, e não ao ministério. Ele afirmou que defenderá uma redução sistemática da taxa de juros e que, como ministro, vai interagir com o Copom, sempre com base nas metas de inflação. Ele não quis fazer nenhum julgamento do seu antecessor, Antonio Palocci, e negou que o governo tenha deixado o ex-ministro chegar a uma situação insustentável. – O governo não permitiu nada. Cada um é responsável pelos seus atos. Se o ministro Palocci cometeu algum erro, ele terá que ser responsabilizado. Não cabe a mim julgar, existem instâncias para isso. Sobre o estado de ânimo de presidente durante a conversa que tiveram hoje a tarde, Mantega disse que não poderia responder por Lula e garantiu que ele não está sozinho. – Evidentemente não deve ser agradável substituir um ministro da Fazenda, que é um cargo importante. Evidentemente ele não deve estar contente, mas nós não discutimos questões emocionais.(...) Ele está cercado de auxiliares que o acompanham há muito tempo – disse, citando ele próprio, Aloizio Mercadante, Márcio Thomaz Bastos, Dilma Roussef e Ciro Gomes, entre outros. O ministro negou que há pouco investimento federal. Segundo ele, houve redução em 2003 e 2004, mas que em 2005 e 2006 o país já alcançou um patamar mais elevado, que deve chegar a 2,5% do PIB este ano, somando investimentos do governo federal e estatais. Questionado se, como desenvolvimentista, ele iria “abrir o cofre”, Mantega demonstrou estar em sintonia com o governo Lula. – Como desenvolvimentista, pretendo seguir rigorosamente a política de desenvolvimento deste governo – afirmou, destacando que agirá com responsabilidade social e fiscal. A coletiva com Mantega durou cerca de 10 minutos, mas, segundo o porta-voz da Presidência da República, André Singer, amanhã o ministro concederá uma “longa entrevista”. AGÊNCIA O GLOBO E CLICRBS