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 | 15/03/2006 14h15min

Relator considera votação sobre João Paulo imprevisível

Deputado Cezar Schirmer disse que agiu de acordo com as próprias convicções

O Conselho de Ética da Câmara aprovou ontem, por nove votos a cinco, o parecer que recomenda a cassação do deputado João Paulo Cunha (PT/SP). Autor do parecer, o deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS), classifica como "imprevisível" o resultado da votação no plenário da Casa, que pode confirmar ou não a perda de mandato.

– Considerando os últimos acontecimentos, não sei o que vai acontecer. O que me importa é que agi de acordo com as minhas convicções. O que vai acontecer eu não sei responder – disse Schirmer, hoje, em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional.

De acordo com o parlamentar gaúcho, o parecer favorável à cassação de João Paulo Cunha baseou-se em questões apresentadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, analisadas na Corregedoria da Câmara. Teriam sido três os fatos que originaram a representação.

– O deputado teria recebido por meio da esposa R$ 50 mil da SMP&B do empresário Marcos Valério. As versões apresentadas foram se modificando ao longo do tempo. Além disso, durante a gestão dele na presidência da Câmara, houve a contratação dessa mesma empresa em um contrato de R$ 10 milhões, acusado de irregulares – apontou Schirmer.

O deputado do PMDB lembrou que, se as apurações do Conselho indicam a comprovação de recebimentos de recursos, tanto de mensalão como de caixa dois, esses fatos são suficientes para a recomendação ao plenário da Câmara da cassação do deputado envolvido.

AGÊNCIA BRASIL
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