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 | 07/03/2006 14h11min

Prefeito de Coqueiros polemiza ao pedir medição de área ocupada

Integrantes do MST descumpriram decisão judicial e permanecem em fazenda

Num dia de cautela na Fazenda Coqueiros, depois do enfrentamento entre policiais militares e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no sábado, o prefeito de Coqueiros do Sul criou ontem uma polêmica. Acácio Scheidt de Souza (PDT) anunciou que pedirá ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) uma medição imediata da toda a área invadida.

– Queremos saber se toda a área está cadastrada no Incra e no registro de imóveis, se não estão sonegando impostos. Não estou dizendo que estejam, mas há boatos de que tem terra sobrando – diz o prefeito.

Se houver área não-cadastrada, Souza defende a desapropriação. Ele sustenta que os 6 mil hectares da Fazenda Coqueiros representam 30% da área do município. O prefeito teme que o desfecho do impasse possa ser violento. Desde as 15h de domingo, os cerca de 2 mil sem-terra descumprem decisão judicial que determina que deixem a propriedade.

O advogado da fazenda e diretor da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Nestor Hein, considerou uma "asneira" o que o prefeito disse.

– A fazenda foi vistoriada há oito meses pelo Incra. A área produz a metade de imposto que a prefeitura arrecada. Isso vai entrar para o rol das asneiras – respondeu Hein.

Até ontem à tarde, o Incra ainda não havia recebido o pedido feito pelo prefeito. No início da manhã, por duas vezes, um grupo de cerca de 200 sem-terra teria ameaçado invadir a sede da fazenda. À tarde, o comandante do Comando Regional de Policiamento Ostensivo da Região Norte (CRPO Norte), coronel Waldir Cerutti, sobrevoou a área invadida.

O coronel preparou um estudo para ser enviado ao Comando Geral da Brigada Militar para o cumprimento da medida judicial. Conforme o comandante, seriam necessário 600 homens, mais um apoio logístico de cem policiais, que teriam de ser deslocados de outras regiões, para fazer a desocupação. Não há uma data definida para a retirada das famílias.

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